Líder comunista considera necessário o aumento de salários e pensões que "contribua para redistribuir melhor a riqueza que é criada".
O secretário-geral do PCP defendeu esta quarta-feira que não são necessários "choques fiscais", mas sim "choques salariais", alertando para a "injustiça" entre a pobreza no país e os lucros de grandes grupos económicos.
"Precisamos de um aumento significativo dos salários e das pensões. Não vale a pena andarmos a enrolar ou com altas propostas e considerações, não, ataque-se a questão. Nós precisamos não é de choques fiscais, precisamos de choques salariais, aumento significativo de salários e pensões que contribua para redistribuir melhor a riqueza que é criada", defendeu Paulo Raimundo.
O dirigente comunista falava aos jornalistas no final de uma reunião com o Movimento Erradicar a Pobreza, na sede do PCP, em Lisboa, lamentando que existam "mais de dois milhões de pessoas no limiar da pobreza, 10% das quais trabalhadores".
"Enquanto há mais de dois milhões de pessoas que são apertadas, condicionadas, que fazem contas todos os dias, temos a parangona dos anúncios dos lucros da Galp, mil milhões, resultados históricos, espetaculares, para os acionistas", criticou.
Paulo Raimundo insistiu numa proposta do partido de taxar os lucros dos grandes grupos económicos e criticou a verba de cerca de 1 600 milhões de "benefícios fiscais do Estado" para estas empresas.
"Nunca há condições para nada, sabemos todos a 'lenga lenga': ou porque é a pandemia, ou porque é a guerra ou porque o Mar Vermelho está entupido com barcos, há sempre justificações para tudo e depois a Galp apresenta mil milhões de lucros no ano de 2023, que é só o melhor resultado de sempre", argumentou.
O secretário-geral do PCP frisou que "quem trabalha merece respeito" e "não se pode achar normal" que uma pessoa que trabalha todos os dias, "às vezes por turnos, chegue ao final do mês e não tenha dinheiro para pagar as suas contas".
"Desculpem alguma emotividade nesta forma de estar a falar. Podemos falar sobre a alta política, sobre o que vai acontecer após dia 10 de março, as alianças, as formas, mas no dia em que deixarmos de falar disto então estamos muito mal", considerou.
O PCP mostrou-se na terça-feira favorável ao direito à greve pelas forças de segurança e Paulo Raimundo frisou esta quarta-feira que não vê "nenhuma razão" para que tal direito não possa ser atribuído a profissionais que "juram cumprir e cumprem a Constituição".
Quanto à possibilidade de estes profissionais poderem ter filiação partidária, proposta pelo Chega, Paulo Raimundo respondeu: "Não vemos necessidade nenhuma de alterar o que está em vigor desse ponto de vista".
O dirigente comunista priorizou o "respeito pelas carreiras" destes profissionais, a fusão da GNR e da PSP, e o mesmo suplemento de missão atribuído à Polícia Judiciária para todas as forças de segurança.
Questionado sobre o barómetro da Intercampus para o Negócios, o Correio da Manhã e a CMTV, divulgado esta quarta-feira, no qual a Aliança Democrática (AD) ultrapassa o PS e os partidos à esquerda não totalizam uma maioria, Paulo Raimundo desvalorizou, dizendo que as sondagens "condicionam muito e acertam pouco".
"Ninguém fique à espera de uma sondagem que dê a CDU a subir até dia 10 de março, vão todas dar para baixo. Depois a prática vai contrariar isso. A questão objetiva é só uma: tivemos eleições em setembro do ano passado na Madeira e a CDU duplicou a sua votação, tivemos eleições nos Açores e a CDU ficou a 85 votos de eleger um deputado, isto é que são os factos", frisou.
Sobre a percentagem que o PCP gostaria de ter, Paulo Raimundo respondeu em tom bem-humorado: "Idealmente seriam 53%".
Pelo Movimento Erradicar a Pobreza, um dos dirigentes disse aos jornalistas que "as campanhas eleitorais são momentos em que muitos prometem o que não fizeram e depois também não cumprem", apelando a medidas concretas para combater este flagelo.
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