É "uma declaração de guerra a quem trabalha", defendeu o secretário-geral do PCP no debate quinzenal.
O secretário-geral do PCP avisou esta quarta-feira o primeiro-ministro de que as alterações à legislação laboral defendidas pelo Governo são inaceitáveis e vão ser derrotadas, com Luís Montenegro a acusá-lo de "ver fantasmas".
No debate quinzenal com o primeiro-ministro na Assembleia da República, Paulo Raimundo reiterou as críticas que tem feito às alterações laborais propostas pelo Governo, considerando que vêm "diretamente dos gabinetes dos grupos económicos".
É "uma declaração de guerra a quem trabalha", sustentou, perguntando a Luís Montenegro se acha que "um milhão e trezentos mil trabalhadores, já hoje com vínculos precários, aos quais se juntam milhares e milhares que são forçados ao recibo verde, vão aceitar mais precariedade e ainda mais contratos a prazo".
"Acha que é possível os trabalhadores continuarem a aceitar ainda mais compressão dos seus salários e ainda mais desregulação como se ela fosse pouca dos seus horários? Acha que os trabalhadores vão aceitar os despedimentos sem justa causa e os ataques aos direitos das mães, dos pais e dos seus filhos?", perguntou.
Para Paulo Raimundo, o pacote laboral do Governo "é inaceitável e pode e vai ser derrotado".
"E há duas coisas, senhor primeiro-ministro, que pode ter como certo: quem acompanhar o seu Governo nesta aventura deste ataque a quem trabalha, vai ser responsabilizado por essa opção que tomou. E os trabalhadores vão dar a resposta que se exige e terão a força necessária para derrotar os seus objetivos", afirmou.
Na resposta, Luís Montenegro considerou que Paulo Raimundo "está a ver fantasmas".
"Está a ver fantasmas onde eu vejo melhores salários, empresas mais competitivas, mais capacidade de criar emprego. Onde eu vejo mais futuro. Eu vejo futuro, o senhor deputado vê passado. O senhor deputado vê exatamente com as lentes que só veem para trás", acusou.
Na sua intervenção inicial, Paulo Raimundo ironizou ainda com "os 'A' das agências internacionais" com que Luís Montenegro "encheu o seu peito" -- referindo-se aos 'ratings' sobre a dívida --, mas salientou que, "para o povo, só há os 'A' dos aumentos dos alimentos, dos aumentos dos bens essenciais, dos preços das casas, das rendas, os aumentos dos lucros que ficam nas mãos de uns poucos".
"Para o povo, sobre ainda o 'A' de azar de não viver nesse país, nesse farol da propaganda, de ilusão, que o senhor primeiro-ministro aqui nos trouxe. No país real, faltam 78% de professores nos equipamentos escolares, as urgências estão a encerrar e vários profissionais de saúde estão a ser empurrados para fora do Serviço Nacional de Saúde (SNS)", disse.
Paulo Raimundo deu os parabéns a Luís Montenegro porque a sua política "está a dar os resultados que queria: o preço das casas continua a disparar, o cartel da banca continua a encher, tudo a funcionar tal e qual como estava previsto".
"E, quando a vida da maioria está mais apertada, o que é que decide PSD, CDS, Chega e Iniciativa Liberal? Decidem, nada mais, nada menos, do que baixar os impostos para os grupos económicos", acusou.
O secretário-geral do PCP dirigiu-se a Luís Montenegro para lhe perguntar "quantas creches e quantas casas ficam por construir", médicos e professores por contratar ou aviões de combate aos incêndios por comprar com os "dois mil milhões de euros" que alegou serem transferidos para os "cofres dos grandes grupos económicos" com a descida do IRC.
"Senhor deputado, não há negociata nenhuma e nada disso fica por fazer", respondeu Luís Montenegro, com Paulo Raimundo a pedir ao presidente da Assembleia da República para registar em ata a declaração de Luís Montenegro, para que "ficasse para a história".
"'Nada disso fica por fazer'. Cá estaremos para ver", assegurou.
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