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PCP na Câmara de Lisboa apresenta 10 medidas incluindo sobre Fundo de Emergência Social

10 medidas propostas pelos vereadores do PCP serão apresentadas na próxima reunião extraordinária do executivo municipal de Lisboa, agendada para quinta-feira.

21 de setembro de 2022 às 18:57

O PCP na Câmara de Lisboa propôs, esta quarta-feira, 10 medidas de mitigação dos efeitos da inflação, como alterações para o acesso ao Fundo de Emergência Social (FES) e o não aumento do valor das rendas municipais em 2023.

"Alterar as condições de acesso ao Fundo de Emergência Social (FES), vertente de apoio a agregados familiares (FES Famílias), para os beneficiários do apoio que tenham um rendimento mensal per capita superior a 70% da Remuneração Mínima Mensal Garantida [705 euros]", é uma das medidas propostas pelo PCP, com o objetivo de possibilitar que seja considerada a dedução de 30%, aos invés dos atuais 20%, por elemento do agregado, do valor das despesas referentes a rendas, aquisição de medicamentos, serviços básicos e prestação de alimentos a filhos e dependentes.

As 10 medidas propostas pelos vereadores do PCP serão apresentadas na próxima reunião extraordinária do executivo municipal de Lisboa, agendada para quinta-feira, que tem na ordem de trabalhos uma iniciava do presidente da câmara, Carlos Moedas (PSD), para "aprovar um conjunto de medidas de combate à inflação destinadas a apoiar as famílias e as empresas da cidade", assim como as que já tinham sido apresentadas neste âmbito pelo BE e pela vereadora do Cidadãos por Lisboa (eleita pela coligação PS/Livre), a que se junta também uma proposta do Livre.

Os vereadores comunistas João Ferreira e Ana Jara sugerem também isentar a totalidade da comparticipação a suportar pelas famílias, referentes à frequência das Atividades de Animação e de Apoio à Família (AAAF) e da Componente de Apoio à Família (CAF) para os escalões A e B e redução de 50% no escalão C, durante o ano letivo 2022/2023, com o correspondente reforço das transferências para as juntas de freguesia ou para a entidade responsável pela gestão destas atividades, a efetuar até ao final do ano.

À semelhança das forças políticas que apresentaram já propostas para combater a inflação, o PCP defende a necessidade de não aumentar o valor das rendas municipais destinadas a habitação, instituições de carácter social, cultural e desportivo, e estabelecimentos comerciais instalados em bairros municipais, até ao final de 2023.

Outras das medidas, a implementar até ao final do próximo ano, são retomar a componente do Fundo de Emergência Social -- Apoio ao Movimento Associativo Popular no que se refere à compensação no acréscimo de despesas de funcionamento: água, luz, gás, renda e deslocações; e reduzir em 50% o pagamento das taxas devidas às atividades económicas não sedentárias (feiras, venda ambulante e prestações de serviços), assim como lojas e lugares em mercados.

De acordo com a proposta do PCP, a que a Lusa teve acesso, as medidas de mitigação dos efeitos da inflação na cidade incluem ainda acelerar o pagamento dos apoios já estabelecidos e contratualizados no âmbito do Regulamento de Atribuição de Apoios pelo Município de Lisboa (RAAML) e "estabelecer, na sequência de deliberações anteriores ainda não concretizadas, a gratuitidade do sistema Gira de bicicletas partilhadas, para as pessoas que residam, estudem ou trabalhem em Lisboa".

Por último, os vereadores do PCP sugerem que seja elaborada e concretizada, no prazo máximo de 45 dias, um plano de alargamento do programa das hortas municipais a novos locais/lotes e novos beneficiários, considerando uma redução de 20% no valor da comparticipação anual por estes últimos.

Depois de uma reunião informal na semana passada para começar a discutir as possíveis medidas, o presidente da Câmara de Lisboa, Carlos Moedas (PSD), agendou uma reunião extraordinária para quinta-feira, colocando na ordem de trabalhos uma proposta subscrita pelo próprio, mas que ainda não foi distribuída aos vereadores da oposição à liderança PSD/CDS-PP.

Os vereadores do PS, BE, Livre e Cidadãos por Lisboa (eleita pela coligação PS/Livre) criticaram esta quarta-feira a falta de participação na consensualização das medidas de combate à inflação, uma vez que desconhecem ainda a proposta que o presidente do executivo quer discutir.

Há duas semanas, Carlos Moedas anunciou a intenção de, durante o próximo ano, não aumentar os preços da habitação municipal, incluindo o arrendamento apoiado e a renda acessível, medida que pretende responder à inflação e que beneficiará "cerca de 21 mil famílias", bem como não aumentar as tarifas e rendas dos mercados municipais e feiras.

O social-democrata destacou ainda como medidas que terão impacto na crise provocada pela inflação os transportes públicos gratuitos para jovens e idosos residentes em Lisboa, que conta já com a adesão de "mais de 35 mil lisboetas", e a aprovação de 4,4 milhões de euros até 2023 para o FES, fundo que serve para apoiar as famílias carenciadas, através da colaboração das 24 juntas de freguesia da cidade, para a atribuição de "um cheque entre 1.000 e 1.500 euros", que pode ser usado para pagar a renda ou ajudar na alimentação.

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