"Se o PS não tivesse apresentado nenhum projeto de lei, a despesa fiscal de 460 milhões de euros mantinha-se", afirmou o secretário-geral socialista.
O secretário-geral do PS afirmou esta quinta-feira que as medidas que o Governo já anunciou custam "10 vezes mais" do que as que o seu partido apresentou e foram promulgadas pelo Presidente da República, rejeitando as críticas do primeiro-ministro.
Em conferência de imprensa na sede nacional do PS, em Lisboa, Pedro Nuno Santos afirmou que tem assistido "com muito interesse ao que vão dizendo os dirigentes do PSD sobre as contas" das medidas promulgadas esta terça-feira pelo Presidente da República, após o primeiro-ministro ter afirmado que terão "impacto financeiro" e desafiado o Chega e os socialistas a esclarecerem onde é que pretendem cortar para as financiarem.
"As medidas que o PS apresentou na Assembleia da República não chegam aos 300 milhões de euros por ano. É muito importante que nós tenhamos consciência disso, porque as medidas que o Governo já apresentou e anunciou - as que têm impacto orçamental conhecido - totalizam já 2,9 mil milhões de euros", alegou o líder do PS.
Num documento distribuído pelo PS aos jornalistas, indica-se que as medidas sobre a eliminação das portagens nas ex-SCUT, a redução do IVA da eletricidade, o aumento das deduções das rendas no IRS ou o alargamento do alojamento estudantil custam 280 milhões de euros. Destas contas, ficou de fora a redução do IRS, também apresentada pelo PS e promulgada pelo Presidente.
Já medidas que foram anunciadas pelo Governo - como o IRS Jovem, a redução do IRC, o apoio à Ucrânia ou o fim da contribuição extraordinária do Alojamento Local - teriam um custo total de 2.910 milhões de euros, segundo este documento.
"Nós estamos a falar de um conjunto de medidas que totalizam dez vezes mais do que aquelas que foram apresentadas pelo PS", reforçou o secretário-geral do PS.
Pedro Nuno Santos explicou aos jornalistas que, no valor total das medidas do PS, não contabilizou a redução do IRS - que custa cerca de 460 milhões de euros -, alegando que o seu partido só decidiu apresentar uma iniciativa sobre a matéria porque o Governo avançou com uma proposta de lei sobre a matéria que tinha "exatamente o mesmo valor", mas que os socialistas consideravam injusta.
"Se o PS não tivesse apresentado nenhum projeto de lei, a despesa fiscal de 460 milhões de euros mantinha-se", afirmou o secretário-geral socialista.
Já questionado se considera que o Governo deve aplicar já a descida do IRS promulgada por Marcelo Rebelo de Sousa, Pedro Nuno Santos recordou que a iniciativa "tem efeitos a partir de 01 de janeiro de 2025, para que não haja violação da norma travão", pelo que, para que possa ter efeitos a partir de 2024, teria de "depender de uma decisão do Governo".
"Por isso, é muito importante que os portugueses saibam que só não haverá redução do IRS em 2024 se o Governo português não quiser", referiu, reiterando que não vê "nenhuma razão para que o Governo não reveja as tabelas de retenção na fonte já este ano e a que a redução não possa ter já reflexo em 2024".
Interrogado ainda sobre as declarações do ministro das Infraestruturas, Miguel Pinto Luz - que considerou, esta quarta-feira, que a eliminação das portagens nas ex-SCUT é injusta, defendendo que se deviam baixar todas as portagens -, Pedro Nuno Santos disse ficar à espera "que o Governo apresente uma proposta para a redução das portagens no resto do país".
O líder do PS disse ainda que se justifica o "tratamento diferenciado" nesta questão das portagens, salientando que não se pode "fazer de conta que a mobilidade é igual no litoral ou no interior" e que, no interior, há zonas onde "não há transporte público e o automóvel ganha uma centralidade maior".
"Por isso, por razões de solidariedade nacional, aquela medida é uma medida justa, que faz todo o sentido, e é por isso que nós tomámo-la com muito orgulho", frisou.
Tem sugestões ou notícias para partilhar com o CM?
Envie para geral@cmjornal.pt
o que achou desta notícia?
concordam consigo
A redação do CM irá fazer uma avaliação e remover o comentário caso não respeite as Regras desta Comunidade.
O seu comentário contem palavras ou expressões que não cumprem as regras definidas para este espaço. Por favor reescreva o seu comentário.
O CM relembra a proibição de comentários de cariz obsceno, ofensivo, difamatório gerador de responsabilidade civil ou de comentários com conteúdo comercial.
O Correio da Manhã incentiva todos os Leitores a interagirem através de comentários às notícias publicadas no seu site, de uma maneira respeitadora com o cumprimento dos princípios legais e constitucionais. Assim são totalmente ilegítimos comentários de cariz ofensivo e indevidos/inadequados. Promovemos o pluralismo, a ética, a independência, a liberdade, a democracia, a coragem, a inquietude e a proximidade.
Ao comentar, o Leitor está a declarar que é o único e exclusivo titular dos direitos associados a esse conteúdo, e como tal é o único e exclusivo responsável por esses mesmos conteúdos, e que autoriza expressamente o Correio da Manhã a difundir o referido conteúdo, para todos e em quaisquer suportes ou formatos actualmente existentes ou que venham a existir.
O propósito da Política de Comentários do Correio da Manhã é apoiar o leitor, oferecendo uma plataforma de debate, seguindo as seguintes regras:
Recomendações:
- Os comentários não são uma carta. Não devem ser utilizadas cortesias nem agradecimentos;
Sanções:
- Se algum leitor não respeitar as regras referidas anteriormente (pontos 1 a 11), está automaticamente sujeito às seguintes sanções:
- O Correio da Manhã tem o direito de bloquear ou remover a conta de qualquer utilizador, ou qualquer comentário, a seu exclusivo critério, sempre que este viole, de algum modo, as regras previstas na presente Política de Comentários do Correio da Manhã, a Lei, a Constituição da República Portuguesa, ou que destabilize a comunidade;
- A existência de uma assinatura não justifica nem serve de fundamento para a quebra de alguma regra prevista na presente Política de Comentários do Correio da Manhã, da Lei ou da Constituição da República Portuguesa, seguindo a sanção referida no ponto anterior;
- O Correio da Manhã reserva-se na disponibilidade de monitorizar ou pré-visualizar os comentários antes de serem publicados.
Se surgir alguma dúvida não hesite a contactar-nos internetgeral@medialivre.pt ou para 210 494 000
O Correio da Manhã oferece nos seus artigos um espaço de comentário, que considera essencial para reflexão, debate e livre veiculação de opiniões e ideias e apela aos Leitores que sigam as regras básicas de uma convivência sã e de respeito pelos outros, promovendo um ambiente de respeito e fair-play.
Só após a atenta leitura das regras abaixo e posterior aceitação expressa será possível efectuar comentários às notícias publicados no Correio da Manhã.
A possibilidade de efetuar comentários neste espaço está limitada a Leitores registados e Leitores assinantes do Correio da Manhã Premium (“Leitor”).
Ao comentar, o Leitor está a declarar que é o único e exclusivo titular dos direitos associados a esse conteúdo, e como tal é o único e exclusivo responsável por esses mesmos conteúdos, e que autoriza o Correio da Manhã a difundir o referido conteúdo, para todos e em quaisquer suportes disponíveis.
O Leitor permanecerá o proprietário dos conteúdos que submeta ao Correio da Manhã e ao enviar tais conteúdos concede ao Correio da Manhã uma licença, gratuita, irrevogável, transmissível, exclusiva e perpétua para a utilização dos referidos conteúdos, em qualquer suporte ou formato atualmente existente no mercado ou que venha a surgir.
O Leitor obriga-se a garantir que os conteúdos que submete nos espaços de comentários do Correio da Manhã não são obscenos, ofensivos ou geradores de responsabilidade civil ou criminal e não violam o direito de propriedade intelectual de terceiros. O Leitor compromete-se, nomeadamente, a não utilizar os espaços de comentários do Correio da Manhã para: (i) fins comerciais, nomeadamente, difundindo mensagens publicitárias nos comentários ou em outros espaços, fora daqueles especificamente destinados à publicidade contratada nos termos adequados; (ii) difundir conteúdos de ódio, racismo, xenofobia ou discriminação ou que, de um modo geral, incentivem a violência ou a prática de atos ilícitos; (iii) difundir conteúdos que, de forma direta ou indireta, explícita ou implícita, tenham como objetivo, finalidade, resultado, consequência ou intenção, humilhar, denegrir ou atingir o bom-nome e reputação de terceiros.
O Leitor reconhece expressamente que é exclusivamente responsável pelo pagamento de quaisquer coimas, custas, encargos, multas, penalizações, indemnizações ou outros montantes que advenham da publicação dos seus comentários nos espaços de comentários do Correio da Manhã.
O Leitor reconhece que o Correio da Manhã não está obrigado a monitorizar, editar ou pré-visualizar os conteúdos ou comentários que são partilhados pelos Leitores nos seus espaços de comentário. No entanto, a redação do Correio da Manhã, reserva-se o direito de fazer uma pré-avaliação e não publicar comentários que não respeitem as presentes Regras.
Todos os comentários ou conteúdos que venham a ser partilhados pelo Leitor nos espaços de comentários do Correio da Manhã constituem a opinião exclusiva e única do seu autor, que só a este vincula e não refletem a opinião ou posição do Correio da Manhã ou de terceiros. O facto de um conteúdo ter sido difundido por um Leitor nos espaços de comentários do Correio da Manhã não pressupõe, de forma direta ou indireta, explícita ou implícita, que o Correio da Manhã teve qualquer conhecimento prévio do mesmo e muito menos que concorde, valide ou suporte o seu conteúdo.
ComportamentoO Correio da Manhã pode, em caso de violação das presentes Regras, suspender por tempo determinado, indeterminado ou mesmo proibir permanentemente a possibilidade de comentar, independentemente de ser assinante do Correio da Manhã Premium ou da sua classificação.
O Correio da Manhã reserva-se ao direito de apagar de imediato e sem qualquer aviso ou notificação prévia os comentários dos Leitores que não cumpram estas regras.
O Correio da Manhã ocultará de forma automática todos os comentários uma semana após a publicação dos mesmos.
Para usar esta funcionalidade deverá efetuar login.
Caso não esteja registado no site do Correio da Manhã, efetue o seu registo gratuito.
Escrever um comentário no CM é um convite ao respeito mútuo e à civilidade. Nunca censuramos posições políticas, mas somos inflexiveis com quaisquer agressões. Conheça as
Inicie sessão ou registe-se para comentar.