Secretário-geral do PS acusou a coligação de propor "recuos nos avanços" dos trabalhadores.
O secretário-geral do PS desafiou esta terça-feira o líder do PSD a esclarecer onde vai fazer cortes caso as previsões macroeconómicas da Aliança Democrática (AD) não se verifiquem e acusou a coligação de propor "recuos nos avanços" dos trabalhadores.
Numa intervenção no final de um encontro com vários sindicalistas, no Auditório do Metropolitano de Lisboa, Pedro Nuno Santos voltou a defender que o cenário macroeconómico da coligação composta pelo PSD/CDS/PPM não tem adesão "a nenhuma previsão de nenhuma organização internacional".
O secretário-geral socialista advertiu que a Europa já está "perante um contexto de incerteza", com "as maiores economias europeias" a apresentarem sinais de abrandamento, algumas a rever em baixa o crescimento económico ou a discutirem "pacotes de austeridade".
"O que é que acontece se aquelas previsões de crescimento, que não estão confirmadas por nenhuma organização internacional, não se confirmarem? Onde é que eles vão cortar? Esta é uma resposta que os líderes da AD e a AD vão ter de dar aos portugueses: se não atingirmos aquela taxa de crescimento que está no cenário macroeconómico, onde é que cortam?", interrogou.
O líder do PS defendeu que o problema de ter um cenário macroeconómico "irrealista" é que se colocam as taxas de crescimento que se quiser, para "conseguir encaixar todas as despesas ou reduções de impostos", mas, caso não se verifiquem, são depois "necessários cortes".
"É bom que, por razões de frontalidade, de abertura, de transparência para com os portugueses, digam desde já: se aquelas taxas de crescimento não se verificarem, onde é que vão cortar? Para todos os trabalhadores, pensionistas, saberem com o que é que contam no dia 10 de março", reforçou.
Antes, o secretário-geral do PS já tinha criticado Luís Montenegro por ir "dizendo várias coisas e depois recuando sempre no dia seguinte", defendendo que é preciso estar "muito atento".
Pedro Nuno Santos defendeu que isso se verificou, por exemplo, na questão do subsídio de desemprego, em que Luís Montenegro declarou que quem trabalha não deve ter um rendimento inferior a quem não trabalha.
"Provavelmente eles não sabem ou, sabendo, querem mesmo rever as prestações contributivas: o subsídio de desemprego não é nenhum favor do Estado a quem trabalha e perdeu o emprego, é um direito conquistado pelos trabalhadores", defendeu, salientando que ficou alarmado com "o que foi dito e depois desdito" por Luís Montenegro sobre o assunto.
O líder do PS defendeu ainda que o mesmo foi feito por Luís Montenegro relativamente à administração pública, salientando que as carreiras "dependem da avaliação, da progressão, dos pontos e dos tempos".
"A primeira declaração feita [por Luís Montenegro] exclui o tempo do seu discurso. Nós todos ouvimos. No dia seguinte, veio desdizer-se, mas o alarme ficou: quer alterar a carreira, a forma como a carreira dos professores, a progressão, acontece? Se é esse o objetivo, tem de ser assumido", defendeu.
Para Pedro Nuno Santos, "um candidato a primeiro-ministro, os candidatos que se apresentam, têm de dizer ao que vêm, para que as pessoas saibam o que é que lhes pode sair na rifa, dependendo do partido".
Neste discurso, Pedro Nuno Santos defendeu ainda que os sinais que a direita portuguesa apresenta mostram que, se tivesse a oportunidade de governar, iriam implementar "recuos nos avanços" conquistados pelos trabalhadores.
"Ninguém tenha dúvidas também sobre o projeto de sempre que eles chamam de flexibilização, que é mais bonito, significa apenas desproteger, retirar direitos, na prática, diminuir a liberdade: porque quando não há legislação laboral, quando não há proteção laboral, numa relação laboral há uma parte que é mais livre do que a outra", defendeu, apelando a que se continue a avançar nos direitos dos trabalhadores, em particular no horário semanal.
"Já reduzimos o horário semanal de trabalho há 26 anos. Epá, já está na hora de nós avançarmos mais um bocadinho em Portugal", afirmou.
Neste encontro, participaram sindicalistas como o secretário-geral adjunto da UGT, Sérgio Monte, e o secretário-geral da corrente sindical socialista da CGTP, Fernando Gomes, que apelou ao voto no PS.
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