Edmundo Martinho diz que intervenção em entidades financeiras não é novidade.
1 / 2
O provedor da Santa Casa da Misericórdia de Lisboa disse esta quarta-feira que "ainda nada está decidido" sobre a entrada no capital do Montepio e que decorre o processo de avaliação do investimento, mas que espera que haja uma decisão para breve.
"Há todo um conjunto de cautelas que se mantêm de pé. Continua o processo de avaliação, não há nenhum valor. O único limite é 10% do capital", disse Edmundo Martinho, no Parlamento, em audição perante os deputados da Comissão de Trabalho e Segurança Social.
O responsável da Santa Casa, que substituiu Santana Lopes com a dedicação deste à candidatura à liderança do PSD, reiterou que neste processo "ainda não está nada decidido" mas afirmou que a concretizar-se significará a "oportunidade" de ajudar a reforçar o setor da economia social, através de um banco do setor.
Para Edmundo Martinho é importante que haja uma decisão para breve, qualquer que seja, de preferência até finais de janeiro.
Edmundo Martinho disse ainda que, a concretizar-se o investimento, a SCML passará a ter presença nos órgãos de gestão do banco Montepio.
Sobre o estudo financeiro que está a decorrer, disse que não se trata de uma auditoria ao Montepio, uma vez que não cabe à SCML fazer isso, mas uma "avaliação financeira e autónoma da Caixa Económica" para perceber o "valor do banco".
A imprensa tem adiantado que a SCML poderá entrar com 200 milhões de euros em troca de uma participação de 10% na CEMG, o que valoriza o banco em cerca de 2.000 milhões de euros.
Edmundo Martinho disse que este valor não está definido e que o que há é a definição de um limite máximo de participação da SCML no setor financeiro, que advém de um parecer interno feito em 2016, quando houve um estudo para eventual investimento no Novo Banco.
A audição do provedor da SCML foi aprovada por unanimidade entre todos os grupos parlamentares, após requerimento do CDS-PP, depois de a eventual entrada no capital do Montepio ter sido muito falada nas últimas semanas.
No domingo, em entrevista à Antena 1, o ministro do Trabalho disse ter sido ideia de Pedro Santana Lopes o envolvimento da Santa Casa no setor financeiro, enquanto a hipótese de investimento no Montepio foi colocada pelo Governo.
Quanto a críticas feitas ao envolvimento do setor social no financeiro, Vieira da Silva falou em "profundo desconhecimento da realidade", porque em "toda a Europa existem instituições financeiras do setor social".
A CEMG, detida na totalidade pela Associação Mutualista Montepio Geral, está num período de mudança dos estatutos e mesmo da sua equipa de gestão, tendo a Associação Mutualista anunciado a entrada de Nuno Mota Pinto para presidente do banco, lugar ainda ocupado por Félix Morgado.
Provedor diz que intervenção da Santa Casa em entidades financeiras não é novidade
O provedor da Santa Casa da Misericórdia de Lisboa (SCML), Edmundo Martinho, disse hoje que a instituição tem um histórico de intervenção no setor financeiro e que a eventual entrada no banco Montepio não seria uma situação nova.
"Pelo menos desde anos 60 que [a SCML] tem tido intervenções no domínio financeiro, em sociedades de 'leasing', participação no capital de companhias seguros, de instituições financeiras e bancárias, e têm vindo a revelar-se benéficos para a Santa Casa", disse Edmundo Martinho no parlamento, em audição na Comissão de Trabalho e Segurança Social.
O provedor afirmou que a diversificação de investimentos da SCML é mesmo obrigação estatutária e que o setor financeiro tem motivado o interesse, referindo que a SCML "já chegou a ter intervenção" no banco BCP no passado.
Segundo o responsável, houve também no passado investimentos da SCML que "foram validados por membros do governo que tinham a tutela da Santa Casa que hoje se afirmam contra" este eventual investimento no Montepio.
Edmundo Martinho destacou a criação, no início da década de 2000, de um fundo imobiliário da SCML que "mobilizou 30% dos ativos da SCML", quando tutelava a Santa Casa "um ministro que é [hoje] muito crítico deste processo", referindo-se a Bagão Félix, que foi ministro da Segurança Social no Governo do PSD/CDS-PP liderado por Durão Barroso (2002-2004).
"E posso recordar que a SCML perdeu quase 100 milhões de euros em imobiliários porque houve desvalorização. Agora está a recuperar", afirmou.
Segundo o provedor, atualmente, é a "estável situação económico-financeira" da SCML, com excedentes financeiros, que faz pensar em investimentos que, afirmou, não "prejudicarão a intervenção da Santa Casa na sua responsabilidade social", nas áreas de ação social e saúde.
Questionado sobre a existência de pressões do Governo para a SCML entrar no Montepio, Edmundo Martinho disse que à direção da SCML foi suscitada a avaliação desse investimento, mas sem pressões.
"Fomos suscitados [pelo Governo]. 'Porque não avaliam a entrada na CEMG'?", afirmou, garantindo que "nao há pressões".
Tem sugestões ou notícias para partilhar com o CM?
Envie para geral@cmjornal.pt
o que achou desta notícia?
concordam consigo
A redação do CM irá fazer uma avaliação e remover o comentário caso não respeite as Regras desta Comunidade.
O seu comentário contem palavras ou expressões que não cumprem as regras definidas para este espaço. Por favor reescreva o seu comentário.
O CM relembra a proibição de comentários de cariz obsceno, ofensivo, difamatório gerador de responsabilidade civil ou de comentários com conteúdo comercial.
O Correio da Manhã incentiva todos os Leitores a interagirem através de comentários às notícias publicadas no seu site, de uma maneira respeitadora com o cumprimento dos princípios legais e constitucionais. Assim são totalmente ilegítimos comentários de cariz ofensivo e indevidos/inadequados. Promovemos o pluralismo, a ética, a independência, a liberdade, a democracia, a coragem, a inquietude e a proximidade.
Ao comentar, o Leitor está a declarar que é o único e exclusivo titular dos direitos associados a esse conteúdo, e como tal é o único e exclusivo responsável por esses mesmos conteúdos, e que autoriza expressamente o Correio da Manhã a difundir o referido conteúdo, para todos e em quaisquer suportes ou formatos actualmente existentes ou que venham a existir.
O propósito da Política de Comentários do Correio da Manhã é apoiar o leitor, oferecendo uma plataforma de debate, seguindo as seguintes regras:
Recomendações:
- Os comentários não são uma carta. Não devem ser utilizadas cortesias nem agradecimentos;
Sanções:
- Se algum leitor não respeitar as regras referidas anteriormente (pontos 1 a 11), está automaticamente sujeito às seguintes sanções:
- O Correio da Manhã tem o direito de bloquear ou remover a conta de qualquer utilizador, ou qualquer comentário, a seu exclusivo critério, sempre que este viole, de algum modo, as regras previstas na presente Política de Comentários do Correio da Manhã, a Lei, a Constituição da República Portuguesa, ou que destabilize a comunidade;
- A existência de uma assinatura não justifica nem serve de fundamento para a quebra de alguma regra prevista na presente Política de Comentários do Correio da Manhã, da Lei ou da Constituição da República Portuguesa, seguindo a sanção referida no ponto anterior;
- O Correio da Manhã reserva-se na disponibilidade de monitorizar ou pré-visualizar os comentários antes de serem publicados.
Se surgir alguma dúvida não hesite a contactar-nos internetgeral@medialivre.pt ou para 210 494 000
O Correio da Manhã oferece nos seus artigos um espaço de comentário, que considera essencial para reflexão, debate e livre veiculação de opiniões e ideias e apela aos Leitores que sigam as regras básicas de uma convivência sã e de respeito pelos outros, promovendo um ambiente de respeito e fair-play.
Só após a atenta leitura das regras abaixo e posterior aceitação expressa será possível efectuar comentários às notícias publicados no Correio da Manhã.
A possibilidade de efetuar comentários neste espaço está limitada a Leitores registados e Leitores assinantes do Correio da Manhã Premium (“Leitor”).
Ao comentar, o Leitor está a declarar que é o único e exclusivo titular dos direitos associados a esse conteúdo, e como tal é o único e exclusivo responsável por esses mesmos conteúdos, e que autoriza o Correio da Manhã a difundir o referido conteúdo, para todos e em quaisquer suportes disponíveis.
O Leitor permanecerá o proprietário dos conteúdos que submeta ao Correio da Manhã e ao enviar tais conteúdos concede ao Correio da Manhã uma licença, gratuita, irrevogável, transmissível, exclusiva e perpétua para a utilização dos referidos conteúdos, em qualquer suporte ou formato atualmente existente no mercado ou que venha a surgir.
O Leitor obriga-se a garantir que os conteúdos que submete nos espaços de comentários do Correio da Manhã não são obscenos, ofensivos ou geradores de responsabilidade civil ou criminal e não violam o direito de propriedade intelectual de terceiros. O Leitor compromete-se, nomeadamente, a não utilizar os espaços de comentários do Correio da Manhã para: (i) fins comerciais, nomeadamente, difundindo mensagens publicitárias nos comentários ou em outros espaços, fora daqueles especificamente destinados à publicidade contratada nos termos adequados; (ii) difundir conteúdos de ódio, racismo, xenofobia ou discriminação ou que, de um modo geral, incentivem a violência ou a prática de atos ilícitos; (iii) difundir conteúdos que, de forma direta ou indireta, explícita ou implícita, tenham como objetivo, finalidade, resultado, consequência ou intenção, humilhar, denegrir ou atingir o bom-nome e reputação de terceiros.
O Leitor reconhece expressamente que é exclusivamente responsável pelo pagamento de quaisquer coimas, custas, encargos, multas, penalizações, indemnizações ou outros montantes que advenham da publicação dos seus comentários nos espaços de comentários do Correio da Manhã.
O Leitor reconhece que o Correio da Manhã não está obrigado a monitorizar, editar ou pré-visualizar os conteúdos ou comentários que são partilhados pelos Leitores nos seus espaços de comentário. No entanto, a redação do Correio da Manhã, reserva-se o direito de fazer uma pré-avaliação e não publicar comentários que não respeitem as presentes Regras.
Todos os comentários ou conteúdos que venham a ser partilhados pelo Leitor nos espaços de comentários do Correio da Manhã constituem a opinião exclusiva e única do seu autor, que só a este vincula e não refletem a opinião ou posição do Correio da Manhã ou de terceiros. O facto de um conteúdo ter sido difundido por um Leitor nos espaços de comentários do Correio da Manhã não pressupõe, de forma direta ou indireta, explícita ou implícita, que o Correio da Manhã teve qualquer conhecimento prévio do mesmo e muito menos que concorde, valide ou suporte o seu conteúdo.
ComportamentoO Correio da Manhã pode, em caso de violação das presentes Regras, suspender por tempo determinado, indeterminado ou mesmo proibir permanentemente a possibilidade de comentar, independentemente de ser assinante do Correio da Manhã Premium ou da sua classificação.
O Correio da Manhã reserva-se ao direito de apagar de imediato e sem qualquer aviso ou notificação prévia os comentários dos Leitores que não cumpram estas regras.
O Correio da Manhã ocultará de forma automática todos os comentários uma semana após a publicação dos mesmos.
Para usar esta funcionalidade deverá efetuar login.
Caso não esteja registado no site do Correio da Manhã, efetue o seu registo gratuito.
Escrever um comentário no CM é um convite ao respeito mútuo e à civilidade. Nunca censuramos posições políticas, mas somos inflexiveis com quaisquer agressões. Conheça as
Inicie sessão ou registe-se para comentar.