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PS acusa Governo de "ajuste de contas" nas Grandes Opções que Chega classifica "panfleto de propaganda"

Deputado António Mendonça Mendes defendeu que este documento é "um ajuste de contas com o passado e a incapacidade de enfrentar com verdade os desafios com o presente".

10 de dezembro de 2025 às 19:55

O PS acusou esta quarta-feira o Governo de "ajuste de contas com o passado" com as Grandes Opções, documento que o Chega classificou como "panfleto de propaganda", enquanto o PSD aproveitou para atacar as motivações da greve geral.

No debate sobre as Grandes Opções para 2025-2029, que decorreu esta quarta-feira, no parlamento, o deputado do PS António Mendonça Mendes considerou que esta foi uma oportunidade para "recapitular a matéria dada", defendendo que este documento é "um ajuste de contas com o passado e a incapacidade de enfrentar com verdade os desafios com o presente".

"É muito claro que a narrativa de uma herança passada e pesada na economia não sobrevive a qualquer discussão intelectualmente honesta", apontou.

Já o deputado Pedro Frazão, do Chega, disse que depois de um "Orçamento frouxo", o Governo apresentou um plano de "grandes ilusões" para o país.

"O vosso programa não passa de um panfleto de propaganda para esconder uma total falta de visão, coragem e absoluta competência", referiu.

Pelo PSD, um dos partidos que suporta o Governo, João Antunes dos Santos considerou que o país está no caminho certo, lembrou a recente designação pela The Economist de que Portugal é a economia do ano e questionou as motivações da greve geral de quinta-feira.

"Daí que não se entenda o porquê de uma greve geral. Uma greve geral precipitada, infundada, injustificada e motivada pelos interesses daqueles que querem ganhar na rua aquilo que perderam nas urnas", acusou.

Segundo o deputado do PSD, "a esquerda não percebeu a mensagem que os portugueses lhe deram nas legislativas e, não satisfeita com o seu declínio, quer arrastar consigo os seus braços sindicais".

Para João Antunes dos Santos, o país, a economia e os trabalhadores "precisam desta reforma laboral", admitindo que seria "muito mais fácil" para o Governo não fazer nada, como acusa o PS de ter feito enquanto esteve no executivo.

Carlos Guimarães Pinto (IL) avisou que, se o documento fosse levado a sério, o debate não teria apenas 37 minutos, o que considerou ser "bastante simbólico", que ilustra a importância dada às Grandes Opções.

Paula Santos (PCP), por seu turno, viu com perplexidade o facto de as Grandes Opções serem discutidas depois do Orçamento do Estado ter sido aprovado e sublinhou que o plano favorece os grandes interesses, ataca os trabalhadores e os serviços públicos.

Rui Tavares (Livre) disse que o debate sobre as Grandes Opções poderia ter sido "estruturante" e que nunca houve, em democracia, condições para ter excedentes orçamentais e uma força de trabalho qualificada.

Inês Sousa Real (PAN) antecipou que o seu partido não vai acompanhar o documento e notou que o que está em causa é um "catálogo de meias verdades, que não está ao serviço do país, mas do mesmo de sempre".

Já o deputado Filipe Sousa (JPP) defendeu que o plano não tem em atenção "as especificidades das Regiões Autónomas", pedindo a criação de planos regionais vinculativos, com metas claras.

No encerramento do debate, o ministro dos Assuntos Parlamentares, Carlos Abreu Amorim, insistiu que "se era para deixar tudo na mesma", outras forças políticas fariam muito melhor do que o Governo.

"As Grandes Opções não são um documento operacional calendarizado [...], são um instrumento estratégico", rematou.

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