"Em Carcavelos, mais de metade das queixas que ouvimos dizem respeito" à "falta de habitação a custos que as pessoas consigam pagar", afirmou João Ruivo.
O candidato do PS à Câmara de Cascais visitou esta quinta-feira a Feira de Carcavelos, e além das críticas à construção na Quinta dos Ingleses, defendeu habitação acessível para que as pessoas não sejam "empurradas para fora" da freguesia.
"Em Carcavelos, mais de metade das queixas que ouvimos dizem respeito" à "falta de habitação a custos que as pessoas consigam pagar", afirmou João Ruivo, em declarações à Lusa, após uma visita à Feira de Carcavelos.
O cabeça de lista socialista, acompanhado dos candidatos às juntas de freguesia e à assembleia municipal, explicou que "a ausência de políticas da câmara, de controle, e a colocação das universidades", como a Nova SBE, atraem estudantes estrangeiros com "capacidade de pagar arrendamentos" que as pessoas de Carcavelos "não têm".
"Portanto, sente-se uma tentativa do senhorio em empurrar os inquilinos antigos para poder ir buscar uma renda mais alta a um estrangeiro. E ainda para mais agora, em que o nosso Governo nos vem dizer que 2.300 euros é uma renda social, quase, e vão fazer descontos aos senhorios que fizerem essas rendas", salientou.
Para João Ruivo, sente-se "que as pessoas estão a ser empurradas para fora de Carcavelos, para ter espaço para os alunos e para esse aluguer de curta duração que lhes dá mais rendimento".
"É preciso inverter isso. É preciso que, de uma vez por todas, a câmara ponha em marcha um programa de construção a custos controlados", advogou o socialista, que propõe, através de reabilitação e nova construção, "quatro mil habitações que as pessoas consigam pagar", nomeadamente nos antigos terrenos do Plano de Pormenor do Corte Inglês", atualmente municipais.
No percurso pela feira, a comitiva foi distribuindo panfletos, jornal de campanha e brindes, como canetas e abre cápsulas, com uma vendedora de frutas a agradecer a oferta, comentando que a caneta é que lhe "faz falta".
Mais adiante, uma mulher com um saco da coligação que governa a câmara (PSD/CDS-PP) considerou que o saco de pano socialista "é mais bonito", preferindo a cor mais neutra em oposição ao azul forte da candidatura de Nuno Piteira Lopes, que também visitou a feira.
Um visitante da feira, perante a oferta de um panfleto por João Ruivo, questionou se era para avançar com a urbanização da Quinta dos Ingleses, "infelizmente o último pulmão verde da Linha de Cascais [que] está a desaparecer", mas o candidato assegurou que não foi o PS que "a aprovou ou a desenhou", mas que o promotor está disponível para "diminuir muita coisa" no empreendimento.
"A aprovação foi em 1985, com o PSD na Câmara de Cascais mais uma vez. E hoje os dias são diferentes, as necessidades são diferentes, o conhecimento que nós temos sobre o mundo e sobre o impacto daquilo que fazemos no território também é diferente, portanto não podemos ignorar tudo isso", afirmou à Lusa o candidato, explicando que "o promotor está disponível para uma negociação", e que embora não seja possível "construção zero", é viável "diminuir o impacto" na zona.
Em relação à atual gestão, o socialista considerou que "foram 24 anos de muita estagnação", sem "a construção de um pavilhão gimnodesportivo", de "uma biblioteca" ou de "uma estrada que seja estruturante", continuando-se "a aprovar empreendimentos de luxo", mas sem infraestruturas e equipamentos ou "uma oferta cultural em condições".
Sobre a herança dos mandatos socialistas de José Luís Judas, o candidato argumentou que "não é comparável com o aumento urbanístico que aconteceu nestes últimos 24 anos", pois no passado foram construídas "casas para as pessoas de Cascais" e "para realojamento das barracas", além da marina e o Centro de Congressos.
"Neste momento nós temos mais construção, mas é apenas construção de luxo, e estamos a fazer uma gentrificação, a expulsar as pessoas de Cascais, a expulsar os filhos de Cascais", contrapôs.
Em relação ao resultado das eleições de 12 de outubro, está confiante na vitória, mas sublinhou que "o PS fará sempre parte da solução" e, se for preciso "para haver estabilidade governativa" nas propostas com que concordem, será "sempre parte da solução" e nunca "parte do problema".
Nas eleições autárquicas de 12 de outubro, concorrem Nuno Piteira Lopes (PSD/CDS-PP), João Ruivo (PS), Alexandre Abreu (BE/Livre/PAN), João Rodrigues dos Santos (Chega), Carlos Rabaçal (CDU), Manuel Simões de Almeida (IL), Fábio Pereira (ADN), João Maria Jonet (independente) e António Pinto Pereira (independente, com apoio da Nova Direita e Nós, Cidadãos!).
Atualmente, o executivo de Cascais é composto por sete eleitos da coligação Viva Cascais (PSD/CDS-PP), três da coligação Todos por Cascais (PS/PAN/Livre) e um do Chega.
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