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Raimundo diz que PCP não alimenta falácias relativamente à criação de uma comissão de investigação aos incêndios

Secretário-geral do PCP realçou que os "estudos estão feitos, falta é concretizar".

18 de setembro de 2025 às 17:59

O secretário-geral do PCP, Paulo Raimundo, justificou esta quinta-feira a abstenção face à iniciativa do PS para criar uma comissão independente de investigação aos incêndios afirmando que "não alimenta falácias".

"Nós afirmámos uma coisa desde o início que foi: não nos íamos opor a nenhuma iniciativa desse tipo. Agora, isso não quer dizer que alimentemos uma falácia, porque no fundo o que estamos a falar é de uma falácia", justificou Paulo Raimundo, após questionado sobre a abstenção no parlamento, esta quarta-feira, para a criação de uma comissão independente de investigação aos incêndios.

Em declarações aos jornalistas, no decorrer de uma visita à população de Nespereira, concelho de Cinfães, distrito de Viseu, que foram afetadas pelos incêndios, Paulo Raimundo realçou que os "estudos estão feitos, falta é concretizar".

"Há coisas sobre as quais nós não estamos de acordo, mas que se concretizem", exigiu, lembrando as que foram aprovadas depois dos incêndios de 2017, nomeadamente em Pedrógão Grande, distrito de Leiria.

No entender do líder comunista, as medidas não se concretizam por dois motivos.

"É uma opção política. Se investimos os recursos que temos na defesa do nosso património e nas pessoas e no equilíbrio do território ou se investimos noutras coisas que não têm nada a ver com as necessidades do país", defendeu.

A título de exemplo, sobre onde o Estado tem investido, apontou "a guerra, mas não só", também na "redução do IRC e nos benefícios fiscais para as grandes empresas" ou investir na floresta e nas populações e território, "profundamente desequilibrado".

Entre as medidas do Governo reprováveis no que diz respeito aos incêndios, considerou, está "o escândalo do aluguer dos meios aéreos, que gasta mais de 300 milhões de euros (300 ME), quando devia comprar meios para decidir quando e como intervém".

"Não nego a importância estratégia dos meios aéreos no combate aos incêndios, mas um país como o nosso devia ter meios ao seu dispor e não estar dependente do aluguer, nem muito menos da negociatas que é o que acontece", apontou.

Raimundo defendeu que "o Estado tem de estar mais presente", tanto na prevenção, como na gestão e combate, como nos próprios serviços públicos disponíveis.

"Não vale a pena vir com lágrimas de crocodilo sobre os incêndios, sobre a floresta, quando o governo, este governo, cortou, o ano passado, 114 ME de apoio à floresta. Este governo continuou, no seguimento do anterior, este desmantelamento dos serviços do Ministério da Agricultura no país inteiro", acusou.

Paulo Raimundo considerou que houve "má gestão no combate aos incêndios" e defendeu a ideia de que "devem ser as entidades locais a coordenar o combate, porque elas é que sabem como são os territórios e onde é que o vento é mais forte".

Na lista de críticas esteve também o apoio do Governo, que "devia ser de 15 mil euros e não 10", assim como o tempo "que demora a chegar às pessoas". "Ainda há apoios do ano passado que não chegaram às populações e há pequenos agricultores que não têm recursos para se aguentarem um mês, porque trabalham no dia a dia, para hoje", disse.

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