A edição de hoje
Secretário-geral do PCP considera que não há possibilidade de negociação sobre a atual proposta.
O secretário-geral do PCP disse esta terça-feira esperar que a reunião do primeiro-ministro com a CGTP seja para anunciar que o Governo vai retirar o pacote laboral, considerando que não há possibilidade de negociação sobre a atual proposta.
"Eu espero que esta reunião do dia 07 de janeiro seja para o Governo anunciar formalmente à CGTP que vai retirar o pacote laboral", afirmou Paulo Raimundo em declarações à agência Lusa durante uma visita ao Instituto Superior Técnico (IST), em Lisboa.
Sobre o anúncio da reunião de Luís Montenegro com a CGTP, Paulo Raimundo afirmou que "a notícia era não haver uma reunião com a CGTP", considerando que "era só o que faltava o Governo não reunir com um dos parceiros fundamentais da concertação social".
"O que vai acontecer na reunião, não faço ideia. Agora, acho que é uma boa notícia. Nem me passava pela cabeça que houvesse novas reuniões com parceiros sociais e que a CGTP ficasse de fora, era só o que faltava", afirmou.
Questionado se lhe parece que ainda há qualquer possibilidade de negociação sobre a atual proposta, o secretário-geral do PCP respondeu: "Sobre esta proposta, acho que não".
Paulo Raimundo considerou que, na greve geral de quinta-feira, ficou patente a "dimensão de rejeição" do pacote laboral, afirmando que, ainda esta segunda-feira, quando foi a uma bomba de gasolina, uma senhora lhe disse que tinha feito greve não por si, mas pelos seus filhos e netos, "porque ela estava numa situação estar praticamente em cima da reforma".
"Isto foi um sentimento generalizado da população: os que estão preocupados consigo mesmos, e aqueles que estão a olhar para aqueles que vêm a seguir. Isto foi uma rejeição generalizada [do pacote laboral]. Portanto, não há nenhuma possibilidade de haver uma discussão a partir deste pacote laboral", reforçou.
Paulo Raimundo reiterou que o Governo precisa de retirar o atual pacote laboral, "e se entender pegar na atual legislação laboral e alterar aquilo que é negativo para melhorar", o "povo, e em particular os trabalhadores, e em particular os jovens trabalhadores, estarão muito de acordo".
"Porque aqueles que já hoje sofrem com a imensa precariedade - como é o caso dos investigadores, dos bolseiros - resultado deste atual Código de Trabalho, ficarão muito satisfeitos se não só se retirar esta proposta de pacote laboral, como se se alterarem os aspetos negativos do atual Código do Trabalho", defendeu.
O primeiro-ministro vai receber a CGTP no dia 07 de janeiro do próximo ano a pedido da central sindical, disse esta terça-feira à Lusa fonte oficial do gabinete de Luís Montenegro.
A CGTP tinha solicitado na segunda-feira uma reunião com o primeiro-ministro, Luís Montenegro, reafirmando a exigência de retirar o pacote laboral, expressa, "de forma inequívoca", na greve geral de 11 de dezembro.
A CGTP e a UGT convocaram uma greve geral para 11 de dezembro, em resposta ao anteprojeto de lei da reforma da legislação laboral, apresentado pelo Governo.
Após a paralisação, a ministra do Trabalho convocou a UGT para uma reunião, que se realiza esta terça-feira, no primeiro encontro bilateral entre as duas partes após a greve geral da semana passada.
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