Autarca diz ter sido de acusado de "radicalismo" por exigir que sejam asseguradas "as garantias necessárias".
O presidente da Câmara do Porto acusou, esta sexta-feira, o ministro das Infraestruturas e Habitação, Miguel Pinto Luz, de centralismo e de "portofobia" por dizer que Rui Moreira tomou uma posição "absolutamente radical, impedindo uma determinada prossecução" sobre o metrobus.
"Habituado que estou a expressões de centralismo e até de alguma "portofobia" por parte de alguns governantes (...), confesso-lhe que ainda me conseguiu surpreender com as suas mais recentes declarações", escreveu Rui Moreira numa carta datada de quarta-feira e enviada a Miguel Pinto Luz, a que a Lusa teve, esta sexta-feira, acesso, e na qual avisa que a cidade "não se verga" ao "poder central.
No documento, o autarca diz ter sido de acusado de "radicalismo" por exigir que sejam asseguradas "as garantias necessárias" na futura transferência do projeto do metrobus para a Sociedade de Transportes Coletivos do Porto (STCP) e por o Governo não poder responsabilizar a autarquia "pelos sucessivos atrasos da Metro do Porto".
"O senhor ministro poderá não saber, mas o município do Porto e os outros cinco, que são acionistas da STCP, não aceitam que o seu operador assuma esse ónus, como se fosse um cheque em branco a um projeto complexo, que tarde em ser concluído, e cuja exequibilidade técnica e operacional está por comprovar", escreveu Rui Moreira.
A circulação do metrobus está dependente de um memorando de entendimento quadripartido entre o Estado, a Câmara do Porto, a Metro do Porto e a Sociedade de Transportes Coletivos do Porto (STCP) que ainda não foi assinado e cuja versão que foi enviada à autarquia "resultaria, caso fosse aceite, num endosso do projeto sem qualquer garantia", considerou.
Após elencar atrasos em vários projetos da Metro do Porto, o autarca reforçou que o que há de radical na sua atuação na questão do metrobus "é a constatação de que a população do Porto já não tolera ser enganada por campanhas de propaganda" da empresa tutelada por Miguel Pinto Luz.
Rui Moreira, que está em fim de mandato, diz que não há "grande utilidade" em ser escolhido como "alvo" e acredita que quem for o seu sucessor "terá o mesmo entusiasmo na defesa dos interesses da cidade e não terá medo de ser apontado como força de bloqueio quando estes estejam em risco" e que "não deixará que a STCP fique com o ónus de erros alheios".
"Não é de hoje e será assim amanhã: ao contrário das outras cidades, o poder político do Porto não se verga, não se acomoda nem obedece aos ditames do poder central", concluiu, acrescentando que os portuenses são exigentes.
Na terça-feira, à margem de um evento na Maia, Miguel Pinto Luz disse aos jornalistas que ia manter a "higiene democrática" e não se "imiscuir" no tema do metrobus e que o Governo não quer "condicionar" o debate público, ressalvando que "não está condicionado por eleições autárquicas".
"O Governo está impedido de resolver a questão [do metrobus] porque estamos num processo pré-eleitoral, e houve um autarca, ainda em funções [Rui Moreira], que tomou uma posição pública absolutamente radical, impedindo uma determinada prossecução", lembrou o governante.
A 14 de julho, o presidente da Câmara do Porto, Rui Moreira, afirmou que não iria "perder mais tempo" com o metrobus e que deixa esse assunto para o próximo executivo.
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