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Rui Moreira critica "inutilidade" de declarações exigidas pelo mecanismo anticorrupção

Segundo presidente da Câmara do Porto, método implementado implica que "reuniões se tornem impraticáveis".

10 de fevereiro de 2025 às 16:49

O presidente da Câmara do Porto, Rui Moreira, afirmou esta segunda-feira que a interpretação por parte do Mecanismo Nacional Anticorrupção (MENAC) relativamente à declaração de inexistência de conflito de interesses poderá tornar as reuniões do executivo "impraticáveis".

"Anteriormente, por uma questão de bom senso, quem se sentia impedido e tinha um conflito de interesses, ausentava-se da reunião. A partir de agora, aquilo que o MENAC entende é que temos de fazer uma declaração de que não estamos a cometer um crime de cada vez que estamos a fazer uma votação", afirmou Rui Moreira à margem da reunião privada.

Segundo o autarca, o método implementado no âmbito do Regime Geral da Prevenção da Corrupção, "representa anualmente no município do Porto qualquer coisa como 10.000 folhas de papel impressas e assinadas", e implica que "as reuniões se tornem impraticáveis".

"Isto é um total desconhecimento e tem um aspeto logístico impossível não apenas para o nosso município, mas para todos", referiu, destacando que a situação se agrava nas Assembleias Municipais, onde o número de membros é superior.

"Isto já não tem grande problema em termos de humilhação, porque os políticos resolveram auto humilhar-se num processo mais ou menos autofágico, mas o problema é a interpretação que o MENAC faz", referiu, dizendo o município consultou a Comissão de Coordenação e Desenvolvimento Regional do Norte (CCDR-Norte), que "achou que o MENAC tinha toda a razão".

Por entender tratar-se de "uma inutilidade", bem como "desperdício de recursos", o executivo municipal do Porto optou por, anexo à ata da reunião, fazer seguir uma declaração de todos os vereadores onde asseguram a inexistência de conflito de interesses.

"Quero acreditar que há uma condição fundamental numa lei que é a sua exequibilidade e que deve haver uma responsabilidade fundamental que é de bom senso", referiu, questionado se o MENAC não aceitasse o método do município do Porto.

"Vou querer acreditar que os argumentos que invocamos, que no MENAC alguém ouça e que as forças políticas, se for preciso alterar a lei para que o MENAC faça a interpretação certa, alterem a lei. De outra maneira, é impossível", acrescentou.

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