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Rui Moreira defende testes ao metrobus na rotunda da Boavista antes de decisão final

Presidente da Câmara do Porto defende que "importa testar operacionalmente, antes de qualquer decisão definitiva.

12 de junho de 2025 às 15:58

O presidente da Câmara do Porto defende que "importa testar operacionalmente, antes de qualquer decisão definitiva", o metrobus a contornar a rotunda da Boavista, em vez de entrar nela em contramão para fazer inversão de marcha.

Numa carta a que a Lusa teve acesso, Rui Moreira defende que "importa testar operacionalmente a solução" de colocar o metrobus a circular na rotunda da Boavista, "antes de qualquer decisão definitiva, de forma a aferir a alternativa mais eficaz para garantir a frequência prevista do serviço -- fator determinante para que este novo modo de transporte se afirme como um caso de sucesso na cidade".

"Tendo presente que não se prevê o início da operação durante o presente mandato, não se identificam objeções à solução em apreço, desde que a mesma se revele vantajosa do ponto de vista da fluidez operacional", escreve o autarca numa carta a que a Lusa teve acesso.

A posição do autarca, surge em resposta à avaliação técnica da STCP, futuro operador do metrobus, aos ensaios levados a cabo pela Metro do Porto a 05 de junho, que testaram o veículo a fazer inversão de marcha no topo da avenida da Boavista.

"É tecnicamente necessário e justificável recorrer à rotunda da Boavista como ponto de inversão", sustenta a STCP, noutra missiva a que a Lusa teve hoje acesso.

O presidente da autarquia indicou, na resposta, que as "preocupações" transmitidas pela empresa "coincidem com as observações partilhadas pela Polícia Municipal" relativamente aos ensaios.

Para Moreira, "a vantagem" de o metrobus ser "um modo não ferroviário reside, precisamente, na flexibilidade acrescida para testar e implementar soluções ajustadas às condições reais de exploração".

O presidente da Câmara do Porto lembra que, "desde a apresentação inicial do projeto pela Metro do Porto, responsável pela conceção e execução do projeto", a autarquia manifestou "particular preocupação" com "a solução prevista para o término a leste da operação", junto à rotunda da Boavista.

"A inexistência, no mercado, de veículos bi-direcionais -- assinalada pela Metro do Porto -- condiciona, desde logo, a configuração do projeto nesse ponto", assinala.

De acordo com Moreira, na versão inicial "previa-se a utilização da rotunda para operações de embarque e desembarque de passageiros, bem como para a inversão de marcha no arranque de um novo serviço".

"Contudo, essa solução não foi aceite pelo município, considerando os impactos negativos que implicaria, designadamente a necessidade de construção de cais e paragens em áreas classificadas dos jardins", recorda.

A autarquia teve ainda em consideração "os riscos acrescidos de atropelamento decorrentes do atravessamento das faixas de rodagem por parte dos utilizadores" e "os constrangimentos adicionais à fluidez de tráfego rodoviário", devido à "necessidade de compatibilizar a operação com paragens no interior da rotunda".

"Trata-se, no entanto, de uma solução distinta da proposta agora apresentada [pela STCP]. Nesse contexto, e enquanto autoridade de transporte, compete ao município considerar, tanto quanto possível, as recomendações técnicas do operador histórico e com vasta experiência em transporte rodoviário de passageiros -- a STCP", afirma.

Moreira indica que "está pendente, ao fim de dois anos, a assinatura do memorando quadripartido entre o Estado, o município, a Metro do Porto e a STCP, por exclusiva responsabilidade do Governo", frisando que a Câmara não "abdicará se exigir que a STCP passe a operar o serviço",

O autarca recorda os "múltiplos constrangimentos associados ao processo de construção e arranque" do projeto, que têm "contribuído para o seu descrédito junto da população", e avisa que "a divulgação massiva de imagens e vídeos dos ensaios, promovida de forma propagandística pela Metro do Porto, apenas contribuiu para acentuar a desconfiança que vai grassando e que a todos deve preocupar".

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