Líder do PSD teve 60% dos votos no Conselho Nacional. A maioria não garante, contudo, paz interna no PSD nos próximos meses.
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A direção do PSD de Rui Rio passou, esta sexta-feira, no teste do conselho nacional, mas a confiança no líder está a prazo, pelo menos até às legislativas. A sua moção de confiança foi aprovada com 60% dos votos, um ‘Suficiente’ na escala dos exames do primeiro ciclo do Ensino Básico.
"Espero agora que todos remem no mesmo sentido", disse Rio entre aplausos dos conselheiros que restavam, depois de uma maratona de cerca de 10 horas à porta fechada que só terminou de madrugada, perto das 04h00, no Porto.
O antigo presidente da câmara da Invicta sublinhou que este foi "um resultado importante", uma vez que foi "um pouco superior (60%) ao resultado das eleições diretas (54,1%)", em que venceu Santana Lopes. "A primeira parte já está, que é provar que o PS pode perder eleições", e apelou aos conselheiros para começar a "construir a possibilidade de o PSD ganhar", disse.
Rio desejou que possa haver finalmente paz no partido, de forma a conseguir "construir uma alternativa ao Governo de António Costa. É "diferente" fazer oposição em cima de um período eleitoral, sendo que "quem quiser tem liberdade para sair", clarificou o líder social-democrata.
As trincheiras parecem ter serenado entre os apoiantes de Rui Rio e os seus adversários pró-Luís Montenegro, mas podem reativar já no outono. "Falamos no dia das eleições [para a Assembleia da República]", atirou ontem Montenegro. O antigo líder parlamentar da era de Passos Coelho mantém divergências estratégicas com o presidente do PSD e o clima pacífico em torno da presidência de Rio é temporário, ou seja, até às legislativas de 6 de outubro.
A moção de confiança à direção de Rio garantiu 75 dos 126 votos do conselho nacional (houve um voto nulo), mas os 50 votos contra o líder laranja mostraram que há uma vaga de descontentamento que pode abanar a liderança, em caso de derrotas nos três atos eleitorais: Europeias a 26 de maio, Regionais da Madeira a 22 de setembro e Legislativas a 6 de outubro. Se Rio ultrapassar estes próximos embates políticos, as eleições diretas do PSD serão no calendário normal, em janeiro de 2020. Caso contrário, Montenegro e Pedro Duarte vão começar a posicionar-se para disputar antecipadamente a liderança do partido.
Montenegro "acordou gigante"
O antigo líder parlamentar do PSD Luís Montenegro defendeu esta sexta-feira que a sua iniciativa de clarificação "teve um efeito inegável: acordou um gigante adormecido", que é o partido.
O adversário do presidente social-democrata, que desafiou Rio para eleições diretas antecipadas, está convicto de que "nada vai ficar na mesma", afirmou em conferência de imprensa num hotel em Espinho, Aveiro.
"Deixarei todo o espaço de intervenção política à direção do PSD, aproveitarei a minha intervenção pública para fazer um combate cerrado ao Governo, ao primeiro-ministro António Costa e ao PS", assegurou.
Para Montenegro, o PSD terá, agora, melhores condições para garantir "unidade interna", "uma oposição firme e efetiva" e concentrar-se em conquistar "uma terceira vitória nas legislativas de forma consecutiva", que apontou como grande objetivo eleitoral deste ano.
Frases do dia
"Faço votos que [Rui Rio] tenha aprendido alguma coisa com o Conselho Nacional"
Pedro Pinto
Líder do PSD/Lisboa
"[Conselho] foi um momento importante e difícil, mas o partido sai reforçado"
Paulo Rangel
Eurodeputado
"Devemos ajudá-lo [Rio] a arrepiar caminho, tirar-lhe do lado alguns maus amigos"
Luís Filipe Menezes
Ex-líder do PSD
"Montenegro, se não tivesse renunciado ao mandato de deputado, teria a possibilidade de aqui expor"
Salvador Malheiro
Vice-presidente do PSD
Conselho Nacional deve rever regras para as votações
O presidente do Conselho Nacional admitiu ao CM que "é desejável haver uma clarificação [das normas de votação de moções de confiança], a promover pelo conselho nacional, que é o autor do regulamento". O Conselho de Jurisdição abandonou o conselho nacional após o seu parecer não ter sido acolhido.
Rui Nunes abandona conselho estratégico regional do Porto
Rui Nunes, coordenador regional do Porto da secção temática de Relações Externas do Conselho Estratégico Nacional do PSD, renunciou ao cargo. Indica que "não estão reunidas as condições básicas" devido à falta de articulação com a coordenação nacional.
SAIBA MAIS
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Desde a sua criação, a 6 de maio de 1974, o PSD já teve 18 presidentes. O partido foi fundado por Francisco Sá Carneiro, Francisco Pinto Balsemão e Joaquim Magalhães Mota, sendo que, na altura, se denominava Partido Popular Democrático (PPD).
As ‘Opções Inadiáveis’
De novembro de 1977 a junho de 1978, Francisco Sá Carneiro abandonou a liderança dos sociais-democratas depois de uma disputa interna com os subscritores das ‘Opções Inadiáveis’, que defendia um maior diálogo com o PS.
Balsemão demite-se
Francisco Pinto Balsemão demitiu-se do cargo de primeiro-ministro, em 1982, após uma derrota nas eleições autárquicas desse ano. O então Chefe de Estado Ramalho Eanes marca eleições legislativas para abril de 1983.
De Marcelo a Menezes
Também Marcelo Rebelo de Sousa, Pedro Santana Lopes e Luís Filipe Menezes abandonaram a liderança dos sociais-democratas. Já Luís Marques Mendes marcou diretas no partido (depois de o PSD perder a Câmara de Lisboa), acabando por perder contra Luís Filipe Menezes.
Votaram 126 de 135 conselheiros
Dos 135 membros do Conselho Nacional do PSD, marcaram presença 126. A moção de confiança foi aprovada com 75 votos a favor, 50 contra e um nulo.
Polémica no dia e na hora da reunião
A realização do Conselho Nacional do PSD às 17 horas de uma quinta-feira e a cidade escolhida para acolhê-lo, o Porto, acabaram por gerar um coro de críticas.
Sítio da internet do PSD foi renovado
Nas várias consultas que o CM realizou esta sexta-feira ao site do PSD, foi possível notar que estão a ser levadas a cabo alterações na estética e organização dos conteúdos.
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