Em causa estão dois diplomas que obrigam à abertura de um concurso de vinculação extraordinária de professores nas escolas do ensino artístico.
A Federação Nacional dos Professores (Fenprof) considerou que se o Governo pedir ao Tribunal Constitucional (TC) a fiscalização de dois diplomas sobre a vinculação e recrutamento de docentes será o maior "obstáculo às soluções".
Segundo o semanário Expresso, em causa estão dois diplomas que obrigam à abertura de um concurso de vinculação extraordinária de professores nas escolas do ensino artístico especializado e outro que obriga o Governo a negociar a revisão do regime de recrutamento e mobilidade do pessoal docente dos ensinos básico e secundário.
O pedido de apreciação da constitucionalidade dos dois diplomas ainda não foi confirmado pelo executivo, mas se o fizer, diz a Fenprof, o Governo "confirma-se como principal obstáculo às soluções" para os problemas dos professores que não resolve.
"O Governo, com destaque para o Ministério da Educação, assume-se, assim, como o principal obstáculo à resolução dos problemas que afetam os professores, rejeitando negociar as propostas apresentadas pela Fenprof, contestando no TC as soluções que, perante a sua inoperância, a Assembleia da República aprova e, até, "esquecendo" as medidas que o próprio PS apresentou no seu programa eleitoral", escreve a estrutura sindical em comunicado.
Para os representantes dos professores, a confirmar-se, a decisão representará o principal bloqueio à negociação coletiva e à estabilização e valorização dos profissionais.
"Perante esta atitude antidemocrática e irresponsável do Governo, [os professores] não deixarão de lutar pela valorização de uma profissão que, face às políticas negativas dos governos, designadamente do atual, tem cada vez menos candidatos, fazendo perigar a qualidade da Educação em Portugal", sublinham.
Referindo-se concretamente ao diploma que prevê a vinculação extraordinária de professores do ensino artístico especializado nas áreas das artes visuais e dos audiovisuais, a Fenprof considera que o motivo para a contestação do executivo é o facto de a lei estabelecer objetivos de promoção de estabilidade do corpo docente.
"É de referir que as leis postas em causa não dispensam a negociação entre Governo e sindicatos e até referem a sua necessidade, pelo que não há qualquer substituição do Governo. O que há é inépcia deste", acrescenta o comunicado.
O diploma em causa, que foi publicado em Diário da República na terça-feira, determina a abertura de um concurso de vinculação extraordinária no período dá 30 dias desde a publicação da lei, bem como a abertura um processo negocial com as estruturas sindicais, para aprovação de um regime específico de seleção e recrutamento.
Relativamente ao concurso, está estipulado que o número de vagas a abrir considere as necessidades permanentes identificadas pelas escolas, sendo que os docentes com três contratos sucessivos, com horários anuais e completos, são automaticamente integrados nos quadros.
O segundo documento que, segundo o Expresso, também merecerá um pedido de fiscalização, foi promulgado na quinta-feira pelo Presidente da República e obriga Governo a negociar regime de recrutamento de pessoal no básico e secundário, sendo que o Ministério da Educação reuniu recentemente com estruturas sindicais sobre este tema.
Ainda assim, no prazo de 30 dias após a publicação do diploma, a tutela tem de abrir formalmente o processo de negociação do novo regime, que deverá obedecer a quatro critérios definidos pelo decreto: "Respeito pela graduação profissional e eliminação de ultrapassagens; vinculação de docentes contratados mais célere e sistemática; inclusão dos horários incompletos para efeitos de mobilidade interna; e alteração dos intervalos horários".
Entretanto, o Presidente da República também reagiu, desdramatizando um eventual recurso do Governo ao TC, alegando que isso é próprio da democracia.
A agência Lusa questionou o gabinete do Ministério de Estado e da Presidência se se confirmava este recurso, mas até ao momento não obteve resposta.
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