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SIFIDE indireto acaba mas dinheiro já investido pode ser deduzido nos próximos anos

Garantia sobre benefício fiscal foi dada pelo ministro das Finanças, Joaquim Miranda Sarmento.

24 de outubro de 2025 às 13:46

O SIFIDE indireto vai terminar, mas as empresas que já constituíram um 'stock' de investimento em investigação e desenvolvimento (I&D) poderão aceder ao beneficio fiscal nos próximos anos, garantiu esta sexta-feira no parlamento o ministro das Finanças.

Durante uma audição sobre a proposta de lei do Orçamento do Estado para 2026 (OE2026), na Comissão de Orçamento, Finanças e Administração Pública (COFAP), o ministro das Finanças, Joaquim Miranda Sarmento, disse que "a proposta do Governo é não renovar o SIFIDE indireto" a partir de 2026.

O SIFIDE é um benefício fiscal que permite às empresas deduzirem ao lucro tributado em IRC uma percentagem das despesas de I&D, por exemplo, despesas com pessoal diretamente envolvido em tarefas de investigação e desenvolvimento ou custos com o registo, compra e manutenção de patentes.

Ao mesmo tempo, é possível às empresas deduzir o custo com a participação no capital de instituições de I&D e contributos para fundos de investimento. Com o chamado SIFIDE indireto, é possível deduzir os valores aplicados em fundos de capital de risco que apoiem projetos I&D, ou seja, é possível deduzir despesas indiretas de investigação.

É em relação ao SIFIDE indireto que o Governo pretende atuar, não permitindo que as empresas possam constituir novos 'stocks' que investimento que, depois, podem ser deduzidos.

"Ambos os SIFIDE's terminam se o Governo não fizer nada. O SIFIDE direto é nossa intenção continuá-lo. O relatório da U-TAX (Unidade Técnica de Avaliação de Políticas Tributárias e Aduaneiras) é claro [ao referir] que ele tem benefícios, impactos muito positivos no investimento, no emprego e nos salários", afirmou.

Já em relação ao SIFIDE indireto, o Governo pretende não o renovar. Isso significará que as empresas não poderão aumentar a constituição do 'stock' de capital abrangido pela possibilidade de dedução no IRC, explicou o ministro.

"Não é possível aumentar o 'stock' a partir de 01 de janeiro de 2026, portanto, novas entradas nos fundos não darão benefício fiscal. As empresas podem continuar a fazer esse investimento, mas não com benefício fiscal", disse Miranda Sarmento.

As empresas poderão utilizar o 'stock' já constituído, para, nos próximos anos, continuarem abater as despesas ao IRC, prevendo o Governo que o possam fazer num período de cinco anos.

"Neste momento, os fundos têm 2.500 milhões de euros parados para investir em investigação e desenvolvimento que não conseguem investir", justificou Miranda Sarmento.

O Programa Acelerar a Economia, apresentado pelo anterior Governo em julho de 2024, previu o alargamento, de três para cinco anos, do prazo permitido para as empresas realizarem o investimento I&D que permite o acesso ao incentivo fiscal.

"Vamos alargar de três para cinco anos a possibilidade da utilização desse 'stock' que existe e que seria muito importante que chegasse à economia real e à inovação e ao conhecimento", reforçou o ministro das Finanças.

No relatório do OE2026, o Governo prevê que, com o fim do SIFIDE indireto, o Estado terá um impacto positivo na receita fiscal de 124 milhões de euros no próximo ano.

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