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Socialista Ricardo Franco candidata-se à liderança do PS/Madeira depois da demissão de Cafôfo

Franco salienta que o partido só terá futuro quando se unir e banir "a cultura do ódio e do divisionismo interno".

14 de outubro de 2025 às 16:58

O socialista Ricardo Franco assumiu, esta terça-feira, a intenção de se candidatar à presidência do PS/Madeira, salientando que o partido só terá futuro quando se unir e banir "a cultura do ódio e do divisionismo interno".

Ricardo Franco falava em conferência de imprensa na sede da estrutura regional do partido, no Funchal, depois de, no domingo, após as autárquicas, o líder do PS/Madeira, Paulo Cafôfo, ter confirmado a demissão.

O ainda presidente da Câmara Municipal de Machico disse ser capaz de "unir, congregar, ouvir e chamar para o debate todos aqueles que se queiram juntar em torno daquele que deve ser o maior objetivo de todos: defender o futuro e a autonomia do Partido Socialista/Madeira".

"Para isso, o PS tem de ser diferente do que tem sido. O PS só terá futuro quando se unir e banir, de uma vez por todas, a cultura do ódio e do divisionismo interno, que só beneficia alguns e alegra os nossos adversários políticos", realçou.

Ricardo Franco manifestou preocupação com o estado do partido, apontando que o PS/Madeira atravessa um "momento crítico", com várias derrotas e perda de expressão nas últimas eleições realizadas, tanto nas autárquicas de domingo, como nas eleições legislativas regionais e nas nacionais em que perdeu representantes.

Nas eleições autárquicas de domingo, os socialistas madeirenses conseguiram manter duas das três câmaras que tinham (Porto Moniz e Machico) e perderam o município da Ponta do Sol para o PSD.

Ricardo Franco considerou que o "resultado foi catastrófico" na generalidade dos concelhos, salientando que o partido deixou de ter representação em sete câmaras municipais e, no Funchal, o principal concelho madeirense, passou de cinco vereadores para um, perdendo também a única das 10 freguesias funchalenses que governava (Santa Maria Maior), "sendo relegado para quarta força política".

"Nos últimos anos, o PS/Madeira, sob a liderança de Paulo Cafôfo, afundou as suas expectativas eleitorais, sucessivamente, com derrotas atrás de derrotas, atingindo uma situação insustentável que, a continuar este ritmo, colocaria em causa a própria sobrevivência do PS/Madeira", disse.

"A minha candidatura não é contra ninguém, mas sim a favor do PS. É uma candidatura que releva o todo em detrimento de atitudes egocêntricas, chantagens ou manipulações, que têm custado prejuízos elevados para a imagem desta instituição política e não premiará nem tolerará qualquer tipo de caciquismo execráveis e arruaceiros", reforçou.

O socialista acrescentou que todos são bem-vindos ao seu projeto, assim como outras candidaturas à liderança interna, e referiu que verá quem "estará verdadeiramente disponível para servir genuinamente o interesse coletivo do Partido Socialista e quem estará mais interessado no ambiente de guerrinha interna que tem condenado o PS a um estado de definhamento político e de má imagem perante os eleitores".

É necessário "reorganizar, reconstruir e mesmo refundar" a estrutura socialista regional assim como é fundamental "revitalizar a JS, que neste momento simplesmente não existe" e é "essencial para qualquer partido político", sublinhou.

Ricardo Franco, de 59 anos, é funcionário administrativo de profissão e tem o 12.º ano de escolaridade. Já foi também secretário da Junta de Freguesia de Machico e vereador na Câmara Municipal.

É presidente da Câmara de Machico desde 2013, tendo vencido três eleições autárquicas com maioria absoluta. Deixa agora o cargo por ter atingido o limite de mandatos.

O ainda líder do PS/Madeira, Paulo Cafôfo, confirmou, no domingo, a saída e a convocação de novas eleições internas dentro de 15 dias, na sequência dos resultados das eleições autárquicas.

Paulo Cafôfo já tinha afirmado, após as eleições legislativas regionais de março passado, nas quais o PS passou de maior partido da oposição para terceira força política na região, que ia liderar a estrutura regional até às autárquicas e depois convocaria eleições internas e não seria recandidato.

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