A edição de hoje
Antigo primeiro-ministro considera que foi um "processo de ruptura" com vários setores.
‘Todos contra um - Crónica de um processo de ruptura’ é o nome do mais recente livro de José Sócrates. A obra, editada pela Âncora, centra-se no processo da Operação Marquês em que o antigo primeiro-ministro está a ser julgado desde julho por corrupção, branqueamento de capitais e fraude fiscal.
“Estes são textos que escrevi entre 2021 e o final de 2024. Entre os dias antes da decisão instrutória e os dias depois do acórdão do lapso de escrita que mudou a acusação, alterou o crime e manipulou os prazos de prescrição. (...) O processo Marquês nunca foi um processo de conivência mas de ruptura”, começa por escrever.
Uma “ruptura” que Sócrates considera que se fez com o “mundo judiciário, que usou a agressão e a mentira”, “com o mundo político, que a tudo assistiu e que tudo consentiu” e também “com o jornalismo”.
“Não venho aqui fazer a minha defesa, mas quero que saibam aquilo que penso sobre estes anos”, disse à plateia. “Pensei lançar este livro no início de 2024 e publicá-lo quando isto acabasse porque achava que em 2024 iria acabar. Não acabou porque inventaram um lapso de escrita. Isto é escandaloso e um abuso”, explicou.
A apresentação do livro foi feita por António Campos. O histórico socialista desafiou Sócrates a voltar à vida política, mas o antigo-primeiro ministro rejeita a ideia. “Não quero nada regressar, não tenho nenhuma inclinação, mas compreendo o que diz o António Campos”, frisou.
Já sobre a corrida a Belém Sócrates reitera que nenhum dos candidatos o “entusiasma”. “À esquerda o que vejo é uma desgraça de que a esquerda não tomou ainda consciência”, disse.
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