Em causa está "instabilidade política" e uma situação económica e social "a degradar-se".
O líder do PS/Açores desafiou esta quarta-feira o Governo Regional (PSD/CDS-PP/PPM) a refletir sobre "se não vale a pena devolver a palavra ao povo", porque "continuam a existir razões de instabilidade política" e uma situação económica e social "a degradar-se".
"Julgo que essa reflexão, sobre se não vale a pena devolver a palavra ao povo [antecipando eleições legislativas regionais], ainda não foi feita e seria importante, não a bem do Governo, nem a bem dos partidos políticos, mas a bem dos Açores ", afirmou Vasco Cordeiro, líder parlamentar do PS/Açores.
Vasco Cordeiro, antigo presidente do Governo dos Açores, falava na abertura das jornadas parlamentares do PS/Açores, que decorrem esta semana na ilha do Pico.
"Compreende-se que o Governo tem estado, desde o seu início, envolvido num conjunto de casos e casinhos de instabilidade de que ele é a fonte e a causa. Isso dificulta a atenção e o cuidado que é necessário ter para definir e implementar eficazmente medidas", apontou Vasco Cordeiro.
Para o líder regional socialista, a sociedade, a economia açoriana, as famílias e empresas "não podem estar à espera" que o executivo "resolva os seus problemas de instabilidade interna do próprio Governo e coligação que o suporta para só depois olhar para aquilo que devia ser a sua principal preocupação".
O líder parlamentar do PS/Açores alertou que "o futuro não se afigura muito mais animador", lembrando que ainda recentemente, "na Assembleia Legislativa da região", e fora dela, ocorreram "manifestações claras desta instabilidade que se vive".
"O que é de certa forma surpreendente é o estado de negação em que o próprio Governo Regional vive em toda esta matéria", criticou.
Segundo disse, "a única fonte e causa de instabilidade politica em que o Governo Regional tem estado mergulhado desde o início do seu mandato é o próprio Governo Regional e a própria coligação de partidos que o suporta".
Vasco Cordeiro alertou para um conjunto de indicadores que "demonstram que essa instabilidade não tem permitido" que o executivo açoriano "se concentre naquilo que é essencial".
"Esta ideia, que se vai instalando e que me parece preocupante pelo quadro global que deixa transparecer da realidade regional, é que os Açores estão lentamente a ficar para trás em alguns indicadores", sustentou, referindo-se ao aproveitamento de fundos comunitários e ao "retrocesso" em dados na área do combate à pobreza e das "finanças públicas regionais" que indiciam também "um desequilíbrio que se agrava, quer em relação ao endividamento da Região".
Vasco Cordeiro recordou que o PS "tem insistido, há mais de uma ano, na necessidade de serem definidas medidas de apoio as famílias e empresas", que "sejam capazes de ajudar" as pessoas perante a crise inflacionista, criticando o Governo Regional por ter uma "visão restritiva daquilo que deve ser a função de apoiar" quem mais precisa.
"No apoio às famílias e empresas o Governo Regional devia agir mais rápido, de forma mais determinada e a região pode acrescer apoio a quem mais precisa para fazer face a esta situação. A Autonomia tem de ser colocada ao serviço das famílias e das empresas açorianas. Tem de ser colocada ao serviço da economia e da sociedade açoriana", vincou.
A 08 de março, o deputado único da IL no parlamento açoriano, Nuno Barata, rompeu o acordo de incidência parlamentar de suporte ao Governo dos Açores, chefiado pelo social-democrata José Manuel Bolieiro, e depois o independente Carlos Furtado, ex-Chega, também rompeu com esse acordo.
Entretanto, os dois deputados admitiram negociar "ponto a ponto" com o Governo dos Açores para manter a estabilidade governativa na região.
Os três partidos que integram o Governo Regional (PSD, CDS-PP e PPM) têm 26 deputados na assembleia legislativa e contam agora apenas com o apoio parlamentar do deputado do Chega, José Pacheco, somando assim 27 lugares num total de 57, pelo que perdem a maioria absoluta.
O PS venceu as eleições legislativas regionais de 25 de outubro de 2020 nos Açores, mas perdeu a maioria absoluta, que detinha há 20 anos, elegendo 25 deputados.
Em 07 de novembro de 2020, o representante da República indigitou o líder da estrutura regional do PSD, José Manuel Bolieiro, como presidente do Governo Regional, justificando a decisão com o facto de a coligação PSD/CDS-PP/PPM ter apoios que lhe conferiam maioria absoluta na assembleia legislativa.
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