Mortandade na Moita continua por explicar
Associação ambientalista exige rapidez na resposta. Autoridades aguardam resultados das análises à água e aos animais mortos.
Centenas de aves e peixes apareceram mortos nas últimas semanas na confluência do rio da Moita com a Caldeira da Moita. A mortandade de animais está por explicar e a associação Quercus exige rapidez na resposta.
"Venho aqui todos os dias e, de repente, vejo os patos nas bermas muito cabisbaixos. Estavam a sofrer. Horas depois morreram todos. Eram às centenas", conta ao CM Jorge Pereira.
Quem ali vive assistia diariamente às rotinas das aves selvagens que, contam, interagiam com a população. "Muitos saíam em fila até um restaurante aqui perto e ficavam à espera de comida. Já eram conhecidos. Isto é uma tristeza", explica Maria Silva.
Alguns exemplares de espécimes mortos foram enviados para análise para o Instituto Nacional de Investigação Agrária e Veterinária para deteção de doenças.
A associação Quercus pede uma explicação rápida e cabal. "Algo correu muito mal. Algo de muito grave aconteceu aqui e deve ser explicado. Foram centenas de aves mortas.
Há que perceber se foi uma descarga ilegal de alguma fábrica, se foi envenenamento", considera Paulo do Carmo, dirigente.
A população acredita em envenenamento. "O que se fala é que foi usado trigo roxo, veneno que é usado para matar os ratos. Queriam matar os ratos e acabaram por matar a população de patos", diz Jorge Pereira.
Ao CM, a autarquia da Moita garante estar a fazer as diligências necessárias ao apuramento das causas.
O Ministério da Agricultura enviou recentemente para o Laboratório Militar amostras de aves, peixes e água para análises mais detalhadas: aguarda resultados.
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