Vestígios de cadáver de empresário de Braga detetados em grelha

PJ encontrou substância resultante do facto de corpo de João Paulo Fernandes ter sido dissolvido.

06 de setembro de 2017 às 01:30
Máfia de Braga julgada sob fortes medidas de segurança Foto: Ricardo Jr
João Paulo Fernandes foi raptado e assassinado em março de 2016 Foto: Direitos Reservados
Menina de 9 anos obrigada a recordar rapto do pai Foto: CMTV
Arguidos da 'Máfia de Braga' em silêncio na primeira sessão do julgamento Foto: CMTV

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A Polícia Judiciária do Porto encontrou numa grelha do armazém de Gondomar vestígios daquilo que seriam os restos mortais de João Paulo Fernandes, o empresário de Braga que foi assassinado e cujo corpo foi depois dissolvido em ácido sulfúrico. A revelação foi feita esta terça-feira no julgamento dos nove arguidos pelo inspetor-chefe da investigação.

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"Era visível que as grelhas do armazém foram sujeitas a uma substância corrosiva como o ácido. Nas grelhas encontrámos também uma substância gelatinosa e escura. É este o aspeto com que ficam por exemplo os cadáveres dissolvidos também em ácido sulfúrico pela máfia italiana", disse o inspetor da PJ, que se baseou num estudo.

A testemunha que foi ouvida todo o dia no Tribunal de São João Novo, no Porto, deu ainda conta de que Emanuel Paulino, bruxo da Areosa, recebeu de um elemento da PJ informações de outros processos e que essa pessoa está a ser alvo de um processo disciplinar. O inspetor-chefe da investigação confirmou ainda que os arguidos falavam em atentar também contra a sua vida. "Diziam ao telefone que iam pegar fogo à minha casa ou então dar-me um tiro na cabeça", revelou ontem o inspetor, que continuará hoje a ser ouvido em tribunal.

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Esta terça-feira, o juiz anunciou que pondera pedir a especial complexidade do processo, o que leva a que os prazos limites da prisão preventiva passem de um ano e seis meses para dois anos e seis meses. Tal evita que os suspeitos sejam libertados em novembro. O Ministério Público e advogados têm cinco dias para se pronunciarem.

Pormenores

Vizinho essencial

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Um vizinho do empresário de Braga tinha anotado a matrícula de um carro que andava a rondar o prédio. O seguro estava em nome do bruxo, o que levou a que se levantassem logo suspeitas.

Folha com nomes

O bruxo da Areosa tinha na sua ervanária em Coimbra uma folha com nomes de inspetores da Polícia Judiciária do Porto, de Braga e até de Lisboa. Sabia também onde moravam alguns inspetores.

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Outro inquérito

O inspetor chefe da PJ revelou esta terça-feira que o bruxo da Areosa foi já investigado num inquérito por sequestrar uma empregada de limpeza. Já Rafael Silva foi investigado pelo crime de explosão.

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