Vestígios de cadáver de empresário de Braga detetados em grelha
PJ encontrou substância resultante do facto de corpo de João Paulo Fernandes ter sido dissolvido.
A Polícia Judiciária do Porto encontrou numa grelha do armazém de Gondomar vestígios daquilo que seriam os restos mortais de João Paulo Fernandes, o empresário de Braga que foi assassinado e cujo corpo foi depois dissolvido em ácido sulfúrico. A revelação foi feita esta terça-feira no julgamento dos nove arguidos pelo inspetor-chefe da investigação.
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"Era visível que as grelhas do armazém foram sujeitas a uma substância corrosiva como o ácido. Nas grelhas encontrámos também uma substância gelatinosa e escura. É este o aspeto com que ficam por exemplo os cadáveres dissolvidos também em ácido sulfúrico pela máfia italiana", disse o inspetor da PJ, que se baseou num estudo.
A testemunha que foi ouvida todo o dia no Tribunal de São João Novo, no Porto, deu ainda conta de que Emanuel Paulino, bruxo da Areosa, recebeu de um elemento da PJ informações de outros processos e que essa pessoa está a ser alvo de um processo disciplinar. O inspetor-chefe da investigação confirmou ainda que os arguidos falavam em atentar também contra a sua vida. "Diziam ao telefone que iam pegar fogo à minha casa ou então dar-me um tiro na cabeça", revelou ontem o inspetor, que continuará hoje a ser ouvido em tribunal.
Esta terça-feira, o juiz anunciou que pondera pedir a especial complexidade do processo, o que leva a que os prazos limites da prisão preventiva passem de um ano e seis meses para dois anos e seis meses. Tal evita que os suspeitos sejam libertados em novembro. O Ministério Público e advogados têm cinco dias para se pronunciarem.
Pormenores
Vizinho essencial
Um vizinho do empresário de Braga tinha anotado a matrícula de um carro que andava a rondar o prédio. O seguro estava em nome do bruxo, o que levou a que se levantassem logo suspeitas.
Folha com nomes
O bruxo da Areosa tinha na sua ervanária em Coimbra uma folha com nomes de inspetores da Polícia Judiciária do Porto, de Braga e até de Lisboa. Sabia também onde moravam alguns inspetores.
Outro inquérito
O inspetor chefe da PJ revelou esta terça-feira que o bruxo da Areosa foi já investigado num inquérito por sequestrar uma empregada de limpeza. Já Rafael Silva foi investigado pelo crime de explosão.
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