Mil homens são vítimas de violência doméstica
Vítimas são na maioria mulheres mas, nos últimos cinco anos, no Porto, 1023 dos agredidos pertencem ao sexo masculino.
Em cinco anos, o Gabinete de Apoio à Vítima (GAIV) da PSP do Porto realizou 10 503 atendimentos, sendo que a maior parte dos casos foram de violência doméstica.
As vítimas são na sua maioria mulheres, mas o gabinete atendeu 1023 vítimas do sexo masculino. Em menor número existem ainda agressões entre casais do mesmo sexo, que ascenderam a 39 casos. Os dados foram divulgados, esta terça-feira, num seminário na Biblioteca Almeida Garrett, no Porto, onde se celebrou o quinto aniversário do GAIV.
No Grande Porto, apesar de a violência doméstica ser uma realidade, muitas das pessoas que recorreram ao gabinete nunca tinham denunciado os agressores. " Na cidade do Porto, 85% das vítimas nunca tinham apresentado queixa formalmente. Recorreram a este serviço porque sentiram confiança que as suas necessidades e do seu agregado familiar seriam acauteladas", disse Marco Almeida, comissário da PSP.
Das várias maneiras de agredir o parceiro, a psicológica e a física foram as mais referenciadas no gabinete. Relativamente aos dias de mais ocorrências, o comissário da PSP assinalou os domingos, sendo que as denúncias são, na maioria, apresentadas na segunda e terça-feira.
Durante os cinco anos de ação de apoio às vítimas, o GAIV não registou nenhuma vítima mortal. "Destas vítimas, a maioria apresentava ferimentos ligeiros, 171 ferimentos graves, 61 foram internadas e 41 estiveram de baixa", referiu o comissário.
O gabinete conta com 16 agentes que fazem um atendimento personalizado, acompanham as vítimas pós-denúncia e, muitas vezes, deslocam-se com elas aos tribunais.
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