Morreram 18 pessoas na água em apenas três meses
Acidentes em barragens, praias fluviais e piscinas sem vigilância dominam números negros.
Quatro pessoas morreram nas praias portuguesas desde o início da época balnear, a 1 de maio, de acordo com dados oficiais da Autoridade Marítima Nacional divulgados esta segunda-feira. Mas a realidade é bem mais negra.
Estes números deixam de fora pelo menos 14 pessoas que perderam a vida em praias fluviais, piscinas, charcos, barragens, poços ou tanques no mesmo período - zonas sem vigilância, mas que recebem a visita de milhares de pessoas nos meses quentes.
Segundo uma contabilização feita pelo CM, apenas desde o mês de maio houve cinco turistas estrangeiros que morreram afogados: dois em praias e três em piscinas dos locais onde estavam a passar férias. As mortes de um menino belga em Azeitão e de uma menina inglesa em Silves, ambos em junho, chocaram o País e trouxeram de novo à discussão os perigos das piscinas, nomeadamente a falta de regras de segurança para prevenir ocorrências semelhantes em estabelecimentos hoteleiros ou de alojamento local.
Outras oito pessoas morreram também afogadas em praias fluviais ou barragens de norte a sul do País, desde maio até ao dia 21 de agosto. Estes casos aconteceram em zonas sem vigilância nem nadadores-salvadores do Instituto de Socorros a Náufragos.
Estes dados só não são mais negros devido à ação dos socorristas, que desde a abertura da época balnear, efetuaram 91 salvamentos nas praias sob jurisdição da Autoridade Marítima Nacional. Aliás, do total de mortes, apenas duas foram registadas em praias com vigilância, Carcavelos e Santo António de Caparica.
PORMENORES
Desaparecido
Richard Chapelow, um britânico de 29 anos, está desaparecido há uma semana na barragem de Santa Clara, Ourique. Foi projetado de uma boia puxada por um barco durante uma festa.
20 mortes
Em 2017, morreram 20 pessoas nas praias portuguesas, nove das quais durante a época balnear. Atualmente há 246 praias (marítimas e fluviais) oficiais com vigilância garantida.
Nova bandeira
Este ano foi introduzida uma nova bandeira (amarela e vermelha) nas praias vigiadas pelo ISN. Indica quais as zonas mais adequadas para entrar no mar e onde há vigilância garantida.
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