Jovem mata e envia beijo à mãe da vítima
Homicida provoca família ao ser condenado a 11 anos e meio.
Incrédula com a pena de onze anos e meio de prisão aplicada segundos antes ao homicida do filho, Maria Leonilde começou a sair da sala de audiências no Campus de Justiça, em Lisboa.
Cruzou o olhar com João Pedroso e este gesticulou com a boca o envio de um beijo. "Estás a mandar-me beijos, assassino?", gritou-lhe. Os ânimos exaltaram-se e houve necessidade de a PSP intervir.
João Pedroso ouviu de forma serena a presidente do coletivo de juízes substituir a qualificação do crime de homicídio qualificado para simples.
O crime praticado a 21 de outubro de 2017 – Miguel Ângelo foi assassinado com uma facada nas costas durante uma rixa entre vários jovens dentro e fora de uma discoteca em Santos – ficou provado, apesar do silêncio, e da consequente falta de confissão, do arguido em todo o julgamento.
Contudo, o coletivo não deu como provado que a vítima tenha caído logo a seguir ao ataque e que ainda tenha sido agredida após o esfaqueamento.
O Ministério Público pedira uma pena não inferior a 14 anos para João Pedroso – que à altura do crime era monitor num jardim de infância em Benfica –, mas o coletivo optou por uma pena a rondar a metade da moldura penal para homicídio simples (8 a 16 anos). João Pedro terá ainda de pagar 76 mil euros de indemnização.
Revoltados, familiares e amigos de Miguel Ângelo, que era conhecido por ‘Kanuna’ e foi morto a dois dias de completar 21 anos, tiveram de ser escoltados para fora do Campus, pela PSP.
O advogado da família vai agora recorrer.
Tem sugestões ou notícias para partilhar com o CM?
Envie para geral@cmjornal.pt