Disparam homicídios e crimes de extorsão
Armas de fogo e facas são as mais utilizadas para matar.
Uma pessoa foi assassinada em Portugal a cada três dias, o ano passado. Foram cometidos 110 homicídios voluntários, mais 28 casos em relação a 2017, revela o Relatório Anual de Segurança Interna esta quarta-feira aprovado - será amanhã entregue no Parlamento -, a que o CM teve acesso.
Mais de metade dos homicídios (60%) ocorreram em "contexto relacional". Vinte e dois por cento foram entre cônjuges e um quarto do total (25%) entre outros familiares.
O relatório (RASI) explicita que 39 vítimas (mais 19 que em 2017) foram em contexto conjugal (15 mulheres e 7 homens) ou parental/familiar (10 mulheres e 7 homens). As armas de fogo (17,1%) e brancas (23,6%) "continuam a ser os meios preferencialmente usados" para cometer homicídios.
Entre a criminalidade grave, o crime de extorsão foi outro que subiu muito, revela o RASI. Em 2018 foram denunciados 505 crimes deste tipo, mais 160 (46,4%) do que os 345 de 2017. Os crimes de violação também aumentaram, mas em menor impacto: 421 no ano passado (mais 13 que em 2017).
Já no âmbito da criminalidade geral, os crimes de burla informática e nas comunicações aumentaram 20,1% (mais 1614 participações) e o furto em veículo motorizado subiu 5,1% (mais 1153 denúncias).
Em termos gerais, o RASI de 2018 dá conta, em relação a 2017, da diminuição de 8,6% da criminalidade violenta e grave e da descida de 2,6% do total dos crimes.
O RASI sustenta que os crimes violentos e graves diminuíram 42,5% nos últimos dez anos, representando 4,2% de toda a criminalidade participada em 2018.
Os distritos de Leiria e de Vila Real e a Região Autónoma dos Açores registaram um aumento da criminalidade grave. A secretária-geral do Sistema de Segurança Interna, Helena Fazenda, afirmou ontem que se verificou também um aumento da criminalidade geral no Porto, Beja e Leiria.
Por sua vez, o crime grave e violento desceu em Lisboa, Setúbal e Faro, tendo também diminuído os crimes gerais, nos distritos de Lisboa, Coimbra e Braga.
Daesh é principal ameaça terrorista
PORMENORES
Mortes preocupam
O ministro da Administração Interna, Eduardo Cabrita, considera preocupante os 110 homicídios registados em 2018. Mas destaca também as descidas da criminalidade em contexto escolar e grupal, além dos assaltos a caixas de multibanco.
Violência doméstica
Segundo o RASI, a violência doméstica contra cônjuge registou uma diminuição de 0,9% (menos 230 casos), com 26 483 casos denunciados em 2018. Eduardo Cabrita afirma que a redução das participações "não dispensa de uma orientação estratégica" que aponta prioridades para a atuação entre forças de segurança e autoridades judiciárias.
Tem sugestões ou notícias para partilhar com o CM?
Envie para geral@cmjornal.pt