Três crianças vítimas de abusos sexuais de avô e tio em Coimbra

Duas irmãs menores, de 10 e 12 anos, e uma prima, de 18, foram abusadas sexualmente durante mais de um ano pelo avô e por um tio, em Coimbra.

Só o mais velho, de 61 anos, foi acusado pelo Ministério Público de 257 crimes, entre abuso sexual de crianças e pornografia de menores. A acusação refere que quando as filhas, mães das vítimas, eram menores também terão sido abusadas pelo arguido. No processo, que vai ser julgado no Tribunal de Coimbra, é referido que a menina de 12 anos terá sofrido no mesmo dia abusos por parte do avô e do tio, ambos presos.

Os factos ocorreram entre os anos de 2016 e 2018. Os abusos sexuais ocorriam na casa da família, onde as menores passavam grande parte do tempo.

O mais velho mantinha conversas eróticas com as três netas e coagia-as a fazerem-lhe massagens, dando-lhes como recompensa dois a três euros. Com o passar do tempo as exigências do arguido terão aumentado, obrigando as três menores a manterem relações sexuais com ele. Segundo a acusação este arguido já terá abusado das filhas, hoje com 35 e 38 anos, mães das vítimas, quando tinham 15 e 12 anos.

Já o tio das crianças vai responder pela prática de 18 crimes, desde abuso sexual de crianças a coação, que segundo a acusação foram cometidos entre o verão de 2016 e junho de 2017.

Este homem, que é enteado do arguido mais velho, chamava as três menores ao quarto e obrigava-as a manter relações sexuais. Descrito como violento, o arguido ameaçava as sobrinhas para não contarem nada sobre os seus abusos.

PORMENORES

Automutilação

Desesperada, uma das vítimas praticou automutilações com o bico do compasso e a lâmina da afiadeira, que "espetava nos braços", na sequência dos abusos de que era vítima por parte do tio e do avô.

Pena acessória

O Ministério Público requer no despacho de acusação, a que o Correio da Manhã teve acesso, que cada um dos arguidos seja condenado na sanção acessória de proibição de confiança de menores.

Vídeos e fotos

Nas buscas domiciliárias feitas a 21 de junho de 2018 a PJ apreendeu ao arguido mais velho um computador onde guardava 49 imagens e 59 vídeos de cariz ‘voyeur’ e exibicionismo sexual.