Ator porno leva 14 anos de prisão por morte de pescador
Familiares de vítima protestaram no tribunal e queriam, à força, atacar os dois arguidos.
"Que justiça é esta que liberta criminosos? Os meus três filhos mal tiveram oportunidade de conhecer o pai, e quem o matou não paga por isso".
Profundamente revoltada, ainda dentro da sala de audiências, a viúva de Vítor Coimbra, pescador de 21 anos assassinado à facada por engano, em dezembro de 2018, em Areosa, Viana do Castelo, não se conformava com a decisão do tribunal que esta quinta-feira condenou Fábio Araújo a 14 anos de cadeia e absolveu Carlos Ferraz, libertando-o de imediato.
À porta do tribunal, apesar do grande efetivo da PSP, os familiares ainda tentaram parar a carrinha celular em que seguia o ator de filmes pornográficos, de regresso à cadeia. Os agentes tiveram mesmo de usar a força para acalmar os ânimos.
"Mata-se e leva-se 14 anos. Ajuda-se a matar, abandona-se um corpo no chão e sai-se em liberdade", gritava, inconformada, a mãe de Vítor Coimbra. O pai do pescador assassinado anunciou que é intenção da família recorrer da decisão que considerou "inadmissível".
Quem também manifestou intenção de recorrer foi o advogado de Fábio Araújo. Jorge da Costa considera a pena "excessiva", até porque, diz, "o tribunal deu como provado que não houve intenção de matar".
Na leitura do acórdão, a juíza presidente referiu que "a vida real não é um jogo da PlayStation em que se pega numa faca e se vai por aí a fazer justiça". Vítor Coimbra foi morto quando estava em casa de um amigo que seria o alvo dos arguidos.
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