Ex-namoradas torturaram e mataram para ficar com 75 mil euros
Jovem informático foi asfixiado e esquartejado.
Maria Malveiro tem agora 20 anos, Mariana Fonseca 24. Começam esta terça-feira a ser julgadas no Tribunal de Portimão por homicídio qualificado e os requintes de malvadez do crime violento podem levar a que sejam condenadas a 25 anos de cadeia.
Maria confessou integralmente o crime no primeiro interrogatório, Mariana disse na altura que só ajudou a namorada. Recuou mais tarde no depoimento e a defesa de Maria chegou mesmo a pedir ao tribunal que fosse feita uma perícia psiquiátrica. O móbil do crime foram os 75 mil euros que Diogo tinha recebido de indemnização pela morte da mãe, dinheiro que Maria e Mariana queriam para elas.
O crime, cometido em março do ano passado, chega agora a julgamento. Diogo Gonçalves, de 21 anos, foi desmembrado e decapitado e as partes do corpo encontradas no Pego do Inferno, em Tavira, e junto à Fortaleza de Beliche, na outra ponta da região, em Sagres. As jovens foram detidas dias depois.
O início do julgamento deverá começar com os depoimentos de Maria e Mariana, que confessaram ter decidido os pormenores do crime depois de se inspirarem na série de TV ‘Dexter’, na qual as vítimas eram desmembradas. Está marcada uma segunda sessão para sexta-feira que poderá ser remarcada devido à pandemia.
A calma com que Maria confessou o crime chocou até o magistrado de instrução criminal, que chegou mesmo a dizer que "nunca ouviu nada assim". E o "assim" são detalhes arrepiantes: Maria fez um mata-leão a Diogo, que ainda foi ressuscitado por Mariana - enfermeira; depois, sufocou-o até à morte e cortou-lhe os dedos para conseguir aceder ao seu telemóvel e à conta bancária. Seguiram-se os passos que aprendeu na TV. Meteu o corpo na mala do carro da vítima e levou-o até casa, onde o desmembrou. Começou pela cabeça, seguiram-se as mãos e os pés. Maria pensou tirar-lhe os dentes para evitar que fosse identificado, mas não conseguiu.
"Eu sei que é um bocado imaturo, [...] mas eu tinha visto numa série que um homem que matou uma mulher tinha-lhe cortado os dedos para ter acesso ao telefone dela", contou Maria, ao que o juiz respondeu em tom irónico: "O ato pode ter muitos adjetivos. Imaturo não é um deles."
Corpo levado de casa em cadeira com rodas
Maria foi chamar Mariana e esta entrou na sala onde Diogo estava amarrado. O jovem reagiu e Maria colocou-lhe um dos braços à volta do pescoço. Diogo caiu e Maria colocou-se em cima dele, apertando-lhe o pescoço com as mãos até ficar inconsciente. Mariana fez-lhe manobras de reanimação, mas como este reagiu foi novamente asfixiado por Maria, desta vez até à morte. O corpo foi levado para o carro, tapado com sacos do lixo, em cima da cadeira com rodas onde estava amarrado.
Cortam dois dedos para aceder a conta
Esquartejado dentro de garagem
O corpo foi levado no carro da vítima para a garagem da casa onde Maria vivia, no Chinicato, Lagos. Foi aí que lhe cortaram a cabeça, os braços e pés.
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