“Juro pelo mais sagrado”: Agostinho Branquinho nega influência em processo de hospital de Valongo
Ex-secretário de Estado da Segurança Social jurou que não teve intervenção e que não recebeu 225 mil euros.
Agostinho Branquinho disse esta segunda-feira repetidamente aos juízes que nada tem a ver com o processo que levou a que o Hospital de São Martinho, em Valongo, tivesse sete em vez de quatro pisos. O ex-secretário de Estado da Segurança Social jurou, “por tudo o que é mais sagrado”, que não teve intervenção e que não recebeu 225 mil euros. A acusação diz que o dinheiro foi um suborno para influenciar Fernando Melo, então edil de Valongo, e dois vereadores, também arguidos. Queria ajudar o amigo Joaquim Teixeira, promotor da obra.
“Os 225 mil euros foram um empréstimo. Não tinha disponibilidade financeira imediata e pedi ao senhor Teixeira. Ele prontificou-se a emprestar-me”, disse no julgamento, dando conta de que depois pediu mais 10 mil euros.
O ex-deputado explicou que estava a divorciar-se e que esse dinheiro serviu para liquidar o empréstimo de um apartamento. Mais tarde vendeu o imóvel e devolveu o dinheiro ao amigo , entre 2009 e 2010. O caso começou em 2003. Foi invocado que seria construído no edifício do hospital e um centro de noite, e foi emitida uma declaração de utilidade pública. Tal levou ao alargamento do índice de construção no Plano Diretor Municipal. O centro nunca passou do papel. “O que soube mais tarde é que foi o senhor padre Macedo quem tratou da declaração de utilidade pública”, argumentou, dando conta de que o padre era quase um representante de Joaquim Teixeira. O processo tem no total 10 arguidos.
Agostinho Branquinho disse que tem uma amizade de 45 anos com Joaquim Teixeira, administrador da empresa que gere o hospital. “Até no tratamos por mano”, afirmou.
Vários crimes em causa
O antigo deputado está acusado de falsificação de documentos, prevaricação e tráfico de influências. Alega que este último crime já prescreveu.
Fernando Melo, ex-autarca, não esteve presente nesta sessão. Sete dos nove arguidos aceitaram prestar declarações. Os dois antigos vereadores afirmaram nada ter a ver com caso.
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