Quatro militares portugueses a caminho do aeroporto de Cabul para reforçar apoio na retirada de afegãos
"Portugal participa nos esforços internacionais em curso para o acolhimento de cidadãos afegãos e mostrou-se imediatamente disponível para receber 50 pessoas", explica o Governo.
Portugal tem a caminho de Cabul (Afeganistão) quatro militares do Exército que, incluídos num contingente espanhol, vão contribuir no "esforço internacional" de retirada de afegãos que colaboraram com a coligação e são agora alvo dos talibã que tomaram a cidade.
A informação é confirmada ao CM por fonte do Ministério da Defesa, que refere que a prioridade são aqueles que colaboraram, por exemplo como intérpetres, com os militares portugueses no Afeganistão.
"Portugal participa nos esforços internacionais em curso para o acolhimento de cidadãos afegãos e mostrou-se imediatamente disponível para receber 50 pessoas. Hoje, podemos já afirmar a nossa capacidade e disponibilidade para ultrapassar esse número. Em primeiro lugar, Portugal garante o acolhimento de todos os cidadãos afegãos que colaboraram (por exemplo, como interpretes) com a nossa força nacional destacada no Afeganistão, no quadro da NATO. Está em curso a identificação de todos esses cidadãos", explica o governo ao CM, numa nota articulada entre os ministérios da Defesa, dos Negócios Estrangeiros, da Presidência e da Administração Interna.
"Em segundo lugar, Portugal participa no esforço de acolhimento dos cidadãos afegãos que colaboraram noutros enquadramentos da NATO e também com a União Europeia, designadamente no apoio à embaixada da UE em Cabul e em projetos de cooperação para o desenvolvimento. Os serviços competentes estão a proceder à identificação das famílias que serão acolhidas em território nacional, bem como à preparação das modalidades e calendário para esse acolhimento", afirma. "Em terceiro lugar, Portugal acolherá também cidadãos afegãos no quadro de operações de proteção conduzidas pelas Nações Unidas. Finalmente, estamos também a receber e analisar pedidos de acolhimento dirigidos diretamente a Portugal, designadamente por pessoas e grupos profissionais em situação de particular vulnerabilidade ou risco (como jornalistas, mulheres juristas, estudantes, ativistas de direitos humanos, etc.)", descreve o governo, que promete divulgar "oportunamente" as modalidades de acolhimento e calendário de chegada dos afegãos a Portugal.
Tem sugestões ou notícias para partilhar com o CM?
Envie para geral@cmjornal.pt