Adepto do Sporting morto com ficha policial por rixas no futebol
Marco Ficini era membro de claque da Fiorentina.
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Membro do ‘Gruppo Roma’ dos Settebello, claque dos italianos da Fiorentina, Marco Ficini, de 41 anos, era sócio da Juventude Leonina e já tinha vindo a Portugal "algumas vezes" ver jogos do Sporting. Nascido em Roma, onde as rivalidades entre clubes são muitas vezes mortais e os confrontos de claques se multiplicam, o empresário (geria um café em Milão) tinha ficha policial naquele país por violência no desporto.
Estava referenciado por rixas contra rivais. Marco Ficini esteve quarta-feira na sede dos Settebello, em Florença, e, com outros dez membros do grupo, recolheu tarjas oficiais que iria mostrar ontem no dérbi. A relação entre as duas claques tem duas décadas, como os membros de um lado e do outro mostraram em Lisboa na noite de sexta-feira (foto acima).
E, no sábado, para o Fiorentina-Inter, os Settebello tinham uma coreografia a enaltecer a amizade com a Juve Leo. A iniciativa, que iria ocupar toda a ‘Curva Fiesole’ (setor das claques da Fiorentina), foi cancelada em sinal de luto. Marco foi o segundo adepto do Sporting morto por rivais do Benfica, após Rui Mendes, no Jamor, em 1996.
Condutor que atropelou adepto é do Benfica
O CM sabe que a Polícia Judiciária já terá identificado o condutor do veículo e a detenção deverá acontecer nas próximas horas ou amanhã. O homem será adepto do Benfica.
O caso ocorreu por volta das 3h00, num contexto de confrontos entre as claques rivais. Ao que o CM apurou, tudo começou com uma guerra de pedras entre grupos rivais, na sequência da qual se deu o atropelamento.
Depois de a vítima ter sido atropelada, todos os elementos que estavam no local puseram-se em fuga. As autoridades deram com a vítima, já sem vida, abandonada no chão.
Ao que o CM apurou, o crime, inicialmente participado à PSP, está a ser investigado pela secção de homicídio da Polícia Judiciária de Lisboa, que está tratar o caso como um homicídio. Os investigadores acreditam que o atropelamento do adepto terá sido intencional.
Mãe de jovem que passou no local conta cenário de violência
A mãe de um jovem que passou na zona do atropelamento conta que o carro do filho foi alvejado com pedras e garrafas. O jovem passou pela rotunda na madrugada deste sábado, por volta das 2h00, e encontrou "uma confusão de carros e pessoas".
"Eram cerca de 40 pessoas a agredirem-se. O meu filho abriu o vidro para dizer que não era de nenhum clube mas o carro dele foi alvejado com ferros e garrafas e ele teve de acelerar dali para fora". A mãe diz que o filho "viu pessoas a agredirem-se" e que o jovem foi alvo de uma tentativa de agressão. "Chegou a casa com o carro todo amolgado e num estado de nervos terrível".
A mãe foi ao local onde o filho foi atacado e conta que viu a vítima de atropelamento caída no chão. "Fui fazer queixa aos polícias que estavam no local e reparei que estava um homem caído no chão. O agente com quem falei disse-me que havia um caso bem pior do que o do meu filho, o de um homem que estaria morto. Ouvi depois a comunicação na rádio da polícia a confirmar que ele estava morto".
Marcelo apela ao fim da violência no desporto
O Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, apelou este sábado em Viana do Castelo, ao fim da "violência verbal e física" na sociedade e também no desporto quando falava de solidariedade e inclusão social num encontro nacional de Juventude.
"Não faz sentido. O desporto é uma escola de civismo não pode ser um palco de lutas estéreis. Não faz sentido. Também aí o vosso papel é essencial", apelou o chefe de Estado aos mais de mil jovens de todo o país, Açores e Madeira que participam no 15.º Encontro Nacional de Associações Juvenis (ENAJ) promovido pela Federação Nacional de Associações Juvenis (FNAJ).
FPF lamenta morte de italiano
A Federação Portuguesa de Futebol (FPF) lamentou a morte de um cidadão italiano, junto ao Estádio da Luz, em Lisboa, antes do dérbi da 30.º jornada da I Liga, apelando a que as atenções se concentrem nos jogadores.
Fonte oficial da FPF assegurou à Lusa estar em contacto com as autoridades, acrescentando que não vai emitir qualquer posição pública enquanto não houver um esclarecimento das circunstâncias em que os acontecimentos decorreram.
"O futebol é um desporto. Apenas um desporto. Ainda há menos de um ano o país se uniu só com as cores de Portugal. O jogo desta noite deve ser vivido no respeito pelos atletas, nenhum deles com responsabilidade nos mais recentes acontecimentos. O jogo desta noite terá uma forte exposição nacional e internacional. Que todos saibam estar à altura dessas circunstâncias", frisou a fonte federativa.
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