Advogado de Vasco Brazão admite revelar depoimento "se for posta em causa a honra" do cliente
Ricardo Sá Fernandes não confirma nem desmente se o Major disse que o ministro sabia do embuste das armas de Tancos.
O advogado do major Vasco Brazão - que está em prisão domiciliária pela suspeita de ter engendrado plano que levou à recuperação das armas roubadas em Tancos -, recusou, esta quinta-feira, confirmar se o seu cliente disse ou não em interrogatório judicial que o ministro da Defesa foi informado desse plano.
Em declarações aos jornalistas no Campus de Justiça, Ricardo Sá Fernandes ressalvou, no entanto, que se reserva no direito de esclarecer o que Vasco Brazão disse ao juiz de instrução se "for posta em causa a honra" do seu cliente.
O advogado não quis comentar as declarações do ministro, que negou "perentoriamente" ter sido informado do plano montado pelo diretor (o coronel Luís Vieira, que está em prisão preventiva) e por Vasco Brazão, então porta-voz da Polícia Judiciária Militar (PJM), com o apoio de militares da GNR de Loulé, para garantir a devolução das armas sem que o suspeito do furto fosse detido.
O Ministério Público acredita que cinco militares do Exército e outros três da GNR executaram um plano que passava pela devolução das armas, sem que o suspeito do assalto a Tancos - o civil João Paulino - fosse detido. Para tal, acredita o MP, simularam uma chamada para o piquete da PJM dando conta de que as armas estavam num terreno baldio da Chamusca, para onde teriam sido levadas por João Paulino com o apoio dos militares. O envolvimento da GNR de Loulé teria a ver com a invenção de um inquérito sobre uma rede de tráfico de armas, que envolveria João Paulino, para sustentar a ação dos militares que levou à descoberta das armas.
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