Agressão no Avante foi "ódio homofóbico"

"Se não houver uma tomada de posição por parte do Partido Comunista, só podemos ver este ato como ódio homofóbico." É assim que António Serzedelo, presidente da Opus Gay, associação que defende os direitos dos homossexuais, reage à agressão, na Festa do Avante, de um ativista espanhol que beijava outro homem.

Tudo se passou no recinto. A vítima queixa-se de ter sido abordada por ‘seguranças’ que disseram não admitir aquele gesto. Foi levado e agredido por esses elementos que o PCP diz serem do ‘Apoio’ à festa e voluntários do partido. Este foi apenas um dos cinco casos que resultaram em queixas na PSP, por sequestro e agressões durante o evento deste ano na Atalaia, Seixal – a situação foi denunciada pelo semanário ‘Expresso’.

"É lamentável que nos dias de hoje ainda haja agressões motivadas por estas razões. Muita da militância do Partido Comunista ainda é preconceituosa e conservadora", disse ao CM o presidente da Opus Gay, que exige uma tomada de posição por parte do partido: "Eles têm alguma dificuldade em aderir à modernidade. Deviam pedir desculpa aos envolvidos e admoestarem os agressores". E, com as eleições a aproximarem-se, António Serzedelo tem uma certeza: "Isto não é nada bom para a campanha eleitoral deles. Somos um grupo muito unido que não tolera ações destas".

À semelhança de anos anteriores, repetiram-se as queixas de violência durante o Avante. Algumas pessoas dizem ter sido sequestradas e agredidas, levadas numa carrinha para um mato por parte dos ‘seguranças’.

A PSP também recebeu mais de 20 queixas por roubos e furtos, não só no interior do recinto, como também no exterior e área de campismo. Estes terão sido praticados por grupos de bairros.