Jogador que agrediu árbitro impedido de entrar em estádios

Marco Gonçalves, atleta do Canelas, deixa também de poder contactar com árbitros.

03 de abril de 2017 às 10:20
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Marco Gonçalves, o jogador que agrediu o árbitro do Rio Tinto-Canelas este domingo com uma joelhada, está impedido de entrar em recintos desportivos e de contactar com árbitros. 

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O atleta foi ouvido esta segunda-feira no Tribunal de Gondomar, em primeiro interrogatório judicial, e foi constituído arguido, tendo-lhe sido aplicada a medida de coação de termo de identidade e residência.

Esta determinação, já aplicada pela PSP, foi confirmada durante a tarde de hoje pelo Tribunal de Instrução Criminal do Porto, que decidiu acrescentar às medidas já decretadas o impedimento de entrada em recintos desportivos, bem como a proibição de contacto com árbitros. 

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O jogador, que é membro da claque do FC Porto "Super Dragões", foi detido este domingo depois de ter partido o nariz ao árbitro José Rodrigues. 

A agressão aconteceu logo no início do jogo, quando Marco Gonçalves foi expulso com cartão vermelho direto por agredir um adversário.

Acabou por ser detido no campo do Rio Tinto pela PSP logo após o incidente.

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Participou nas ameaças a Artur Soares Dias

Marco Gonçalves é um dos maiores apoiantes de Fernando Madureira na liderança da claque "Super Dragões". Em janeiro, foi um dos elementos da claque que se deslocou ao estádio da Maia para ameaçar o árbitro Artur Soares Dias, que aí se encontrava a treinar.

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Marco Gonçalves deu conta desse episódio numa mensagem que publicou no Facebook: "Foi preciso ir à (sic) Maia para serem corretos e dignos. Sem árbitros estes filhos da p* ganham merda nenhuma c*. ((Benfiquistas filhos duma p*))".

Na mesma rede social, há fotos de Marco com a farda da SPDE, a empresa de segurança cujo dono está a ser julgado por segurança ilegal em Guimarães, num processo em que Pinto da Costa também é arguido.

PSP esclarece detenção

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Em comunicado, divulgado esta segunda-feira, a PSP explicou as razões da detenção de Marco Gonçalves em pleno relvado:

"No dia 2 de abril, no policiamento desportivo relacionado com o jogo de futebol entre o Sport Clube de Rio Tinto e o Clube de Futebol Canelas 2010, que decorreu no estádio cidade Rio Tinto, a PSP procedeu à detenção de um dos jogadores do Clube de Futebol Canelas 2010 por ter agredido o árbitro do jogo. A detenção ocorreu dentro do relvado, por iniciativa dos polícias da PSP que integravam o dispositivo do policiamento, por aparentemente o árbitro não se encontrar em condições de solicitar a intervenção policial em tempo útil".

Agressão após cartão vermelho

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O episódio de domingo árbitro José Rodrigues mostrou um cartão vermelho direto a Marco Gonçalves, da equipa do Canelas 2010, por agredir um adversário do Rio Tinto. Rapidamente, alguns atletas da equipa de Fernando Madureira começaram por rodear o juiz e Marco acabou por agredi-lo com uma joelhada na cabeça. 

"Depois de ter recebido a ordem de expulsão, o jogador rodeou o árbitro e agrediu-o com violência, com uma joelhada, atirando-o ao chão. Foi socorrido de imediato e ele próprio chamou o INEM para ser assistido no local, pois tudo leva a crer que partiu o nariz", esclareceu fonte do Rio Tinto.

Após a agressão, cerca de cinco polícias invadiram o campo em defesa do árbitro, que já se encontrava a sangrar da cara. O jogo foi interrompido ao fim de dois minutos e não vai ser retomado. 

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O Presidente da Associação Portuguesa de Árbitros de Futebol, Luciano Gonçalves, confirmou ao Correio da Manhã, que o jogador Marco Gonçalves, suspeito de agredir o árbitro José Rodrigues, já foi identificado pela PSP. Será amanhã sujeito a interrogatório judicial.

O árbitro José Rodrigues abandonou o campo de futebol pelo próprio pé e foi transportado de ambulância para o Hospital de São João. O juiz partiu a cana do nariz, mas já teve alta hospitalar.

Também contactado pela Lusa, Luciano Gonçalves, presidente da Associação Portuguesa de Árbitros de Futebol (APAF), classificou o ato como "vergonhoso" e alertou que situações como esta não devem voltar a acontecer.

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"O que aconteceu é vergonhoso para o futebol e não pode voltar a acontecer. As instâncias têm que pôr mão nisto de alguma forma. Estas situações estão a passar o âmbito desportivo e têm que terminar. Porque corremos o risco que um dia apareça um árbitro morto num qualquer relvado", começou por dizer o dirigente.

Luciano Gonçalves explicou ainda que situações como esta têm sido recorrentes e que a necessidade de agir com "medidas severas" tornou-se imperativo.

"Sinto que estão a querer desvalorizar um assunto muito grave e, atendendo à gravidade das questões que têm vindo a acontecer, é necessário procurar em todas as instâncias soluções para colocar um ponto final nisto de uma vez por todas", esclareceu ainda.

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