Apoio a Pedrógão é "processo complexo e muito burocrático"

Tesoureiro da União das Misericórdias explica quantos receberam em donativos e o que já foi entregue.

11 de setembro de 2017 às 08:21
José Rabaça Foto: Direitos Reservados
Perdidas as contas a ajudas da tragédia de Pedrógão Foto: CMTV
Viaturas não escaparam às chamas em Pedrógão Grande Foto: Vítor Mota
Tragédia de Pedrógão Grande Foto: Carlos Barroso

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O concerto solidário 'Juntos Por Todos' gerou uma onda de solidariedade em apoio às vítimas do incêndio de Pedrógão Grande, que fez pelo menos 64 mortos e centenas de milhões de euros em prejuízos. Dezenas de artistas subiram ao palco do Meo Arena. Mais de 14 mil pessoas assistiram. Foi criada uma linha telefónica de valor acrescentado. As receitas da noite foram entregues à União das Misericórdias Portuguesas (UMP). O tesoureiro da instituição explica que o dinheiro já começou a ser aplicado.

CM - Qual o valor real da receita do espetáculo?

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José Rabaça - Neste momento, o total é de 1 milhão 811 mil 421 euros e 59 cêntimos. Atenção que desse valor há 191 mil euros que são retirados para pagamentos de IVA de bilheteira e chamadas de valor acrescentado.

CM - Mas esse imposto não foi isentado pelo Estado?

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José Rabaça - Sim, mas teve de ser pago. Só posteriormente é que houve um despacho do secretário de Estado dos Assuntos Fiscais. Essa isenção será devolvida a Instituições de Solidariedade Social, Associações Humanitárias de Bombeiros ou até mesmo às Misericórdias que tenham andado no terreno a apoiar as vítimas.

CM - O dinheiro desse espetáculo está numa conta titulada pela UMP?

José Rabaça - Sim e não... Foi a nós que confiaram o dinheiro. Não é nosso. Não está nas nossas contas correntes. Criámos uma conta solidária e qualquer conta solidária só pode ser aberta com autorização do Ministério da Administração Interna, que de resto é uma espécie de titular da conta e a quem temos de prestar contas. De resto, por imposição legal, todas as movimentações desta conta são públicas.

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CM - Deste valor, quanto é que já chegou às vítimas?

José Rabaça - Entregámos cerca de 12 mil euros para a recuperação de duas casas. Nós gostaríamos de o ter já todo entregue, mas todo este processo é muito complexo e burocrático. Vamos apoiar a construção de 60 habitações, licenciadas e com projetos aprovados. Este dinheiro é o que o governo usa no Fundo REVITA, para habitação e recheio, utensílios agrícolas e indústria.

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