Autarca de Pedrógão Grande fica de fora da lista de arguidos do MP
Procuradora quer levar apenas 12 arguidos a julgamento.
Os 12 arguidos que o Ministério Público (MP) de Leiria acusou de 694 crimes de homicídio e ofensas à integridade físicas, todos por negligência, no processo relativo ao incêndio de Pedrógão Grande, devem ser pronunciados e levados a julgamento, defendeu esta sexta-feira a procuradora que lidera o caso, durante o debate instrutório.
Deixou de fora o presidente da Câmara de Pedrógão Grande, Valdemar Alves, que foi constituído arguido mais tarde, pelo juiz de instrução.
A procuradora do MP destacou "a complexidade e a delicadeza" do processo, por estar em causa uma "tragédia nacional sem precedentes", salientando que não pretende "crucificar ninguém, mas apurar responsabilidades criminais". "Compreende-se a revolta dos arguidos, mas cumpre zelar e dar voz às vítimas, no exercício da objetividade que se exige", disse.
Opinião contrária têm os defensores dos arguidos, que apontam "erros" e "confusões" na acusação, garantindo que fizeram tudo o que estava ao seu alcance para evitar a tragédia e apontando as "condições de exceção" - calor, vento, secura dos terrenos - como causas para os 66 mortos e 254 feridos.
PORMENORES
Revolta
O advogado Ricardo Sá Fernandes, que representa o assistente que chamou Valdemar Alves ao processo, disse que "à luz dos factos apurados, o julgamento deve ser feito. Causar- -me-ia enorme revolta que não houvesse julgamento".
Decisão
A decisão do juiz de instrução, de levar ou não a julgamento os arguidos, será conhecida entre os próximos dias 10 e 15. Não haverá uma sessão pública, já que o juiz optou por enviar o despacho diretamente aos intervenientes no processo.
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