Autarca de Pedrógão Grande fica de fora da lista de arguidos do MP

Procuradora quer levar apenas 12 arguidos a julgamento.

27 de abril de 2019 às 09:38
Valdemar Alves à chegada ao Tribunal de Leiria Foto: Pedro Brutt Pacheco
Valdemar Alves Foto: Lusa
Valdemar Alves Foto: Lusa

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Os 12 arguidos que o Ministério Público (MP) de Leiria acusou de 694 crimes de homicídio e ofensas à integridade físicas, todos por negligência, no processo relativo ao incêndio de Pedrógão Grande, devem ser pronunciados e levados a julgamento, defendeu esta sexta-feira a procuradora que lidera o caso, durante o debate instrutório.

Deixou de fora o presidente da Câmara de Pedrógão Grande, Valdemar Alves, que foi constituído arguido mais tarde, pelo juiz de instrução.

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A procuradora do MP destacou "a complexidade e a delicadeza" do processo, por estar em causa uma "tragédia nacional sem precedentes", salientando que não pretende "crucificar ninguém, mas apurar responsabilidades criminais". "Compreende-se a revolta dos arguidos, mas cumpre zelar e dar voz às vítimas, no exercício da objetividade que se exige", disse.

Opinião contrária têm os defensores dos arguidos, que apontam "erros" e "confusões" na acusação, garantindo que fizeram tudo o que estava ao seu alcance para evitar a tragédia e apontando as "condições de exceção" - calor, vento, secura dos terrenos - como causas para os 66 mortos e 254 feridos.

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PORMENORES

Revolta

O advogado Ricardo Sá Fernandes, que representa o assistente que chamou Valdemar Alves ao processo, disse que "à luz dos factos apurados, o julgamento deve ser feito. Causar- -me-ia enorme revolta que não houvesse julgamento".

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Decisão

A decisão do juiz de instrução, de levar ou não a julgamento os arguidos, será conhecida entre os próximos dias 10 e 15. Não haverá uma sessão pública, já que o juiz optou por enviar o despacho diretamente aos intervenientes no processo.

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