Autarca que engoliu prova vai ser julgado

Antigo vice-presidente da Câmara vai ser julgado por burla qualificada e branqueamento. Engoliu papel durante a buscas da PJ.

18 de janeiro de 2019 às 08:55
Jorge Campos, Câmara de Portimão, Luís Carito, Estado, Ministério Público, Manuel da Luz, Turis Foto: Direitos Reservados
Jorge Campos, Câmara de Portimão, Luís Carito, Estado, Ministério Público, Manuel da Luz, Turis Foto: Direitos Reservados

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O episódio insólito ocorrido durante a busca da Polícia Judiciária (PJ) à casa do antigo vice-presidente da Câmara de Portimão, Luís Carito, em que este engoliu um documento que poderia ser usado como prova, será um dos momentos da investigação ao ex-autarca que será recordado durante o julgamento que começa na próxima terça-feira.

Luís Carito, Artur Curado, Luís Marreiros e Carlos Barros vão ser julgados por burla qualificada, branqueamento de capitais e participação económica em negócio. A investigação da PJ começou devido a contratos para a requalificação do estádio de Portimão e para a instalação do projeto Cidade do Cinema, que o Ministério Público acredita que lesaram o Estado em 4,6 milhões de euros. O ato inesperado de engolir o documento durante a busca levou o ex-autarca a incorrer ainda no crime de danificação ou subtração de documento e notação técnica.

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Segundo o despacho de pronúncia do Tribunal Central de Instrução Criminal, que o CM consultou, a busca foi efetuada na casa de Vale da Areia, em Ferragudo, a 19 de junho de 2013. O documento, em papel branco, formato A4, "continha diversos nomes, seguidos de outros tantos números, na ordem de dezenas de milhares, compatíveis com valores monetários", razão pelo qual foi "selecionado para apreensão", descreve o despacho, frisando que o arguido subtraiu o documento porque "tinha conhecimento da sua relevância para a descoberta da verdade".

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