Tio de criança baleada sai em liberdade

Rúben, de 9 anos, foi atingido com revólver quando brincava com um amigo. Tio era o dono da arma.

10 de outubro de 2015 às 04:29
Baleado na cabeça com arma ilegal Foto: CMTV
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Brincavam aos polícias e ladrões. Encontraram armas numa garagem e correram para casa, em Merelim, S. Paio, Braga. Já no quarto, Rúben deu o revólver ao amigo. "Vê como é pesado", disse o menino de 9 anos que foi baleado na cabeça, pelo colega de 11. Está em estado muito grave.

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Ontem à noite, poucas horas depois do acidente, o dono das armas, tio da vítima, era detido pela PJ de Braga. O revólver não está legalizado. O facto de as pistolas estarem acessíveis às crianças agrava a culpa. Estava também ele em choque e mostrava-se visivelmente emocionado. Era muito amigo dos meninos.

"Não tive culpa de nada. Estávamos a brincar, não fiz de propósito", contou em choque a criança ao avô, após ter baleado Rúben.

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"Contou-me que era o Rúben que andava com a arma e depois deu-a para a mão do meu neto. Pegou nela e só se lembra que logo depois viu lume. Com o disparo, disse-me que até bateu com a cabeça na parede", continuou o avô da criança.

Rúben estava ao fecho desta edição a lutar pela vida. O seu estado era crítico. Depois de dar entrada no hospital de Braga, pelas 17h30, o menino foi transferido, pelas 19h40, para o serviço de Neurocirurgia Pediátrica do Hospital de S. João, no Porto. Tem a bala alojada na cabeça.

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"Ele estava nos braços da tia e não reagia"

Por telefone, a mãe do pequeno Rúben foi avisada de que algo terrível tinha acontecido. Faltavam poucos minutos para as 17h00 de ontem. "Mal chegámos, o menino estava nos braços da tia, sem sentidos, com um buraco da bala na testa. Não reagia", contou ao CM Natália Prima, uma das primeiras pessoas a chegar ao quarto onde aconteceu o disparo.

"O menino que deu o tiro estava em choque, correu cá para fora, estava muito assustado. Foi para casa da vizinha", relatou Natália, também chocada com o cenário que viu. "Não tinha sangue e quando foi levado pelos médicos, ia com os olhos abertos", explicou a testemunha. Os médicos do INEM deram apoio à crianças e família.

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"O menino encontra-se em estado crítico"

"Depois da avaliação realizada pela Neurocirurgia do hospital de Braga, concluiu-se que o mais correto era não proceder a qualquer intervenção cirúrgica e avançar com a transferência para o Hospital de S. João", disse ontem Soraia Oliveira, chefe da equipa de Urgência do hospital de Braga. A clínica disse que "o menino se encontra em estado muito crítico" e confirmou ao CM que o facto de o projétil se encontrar alojado na cabeça da criança foi decisivo para a opção de não realizar, no hospital de Braga, qualquer operação.

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