“Bater onde mais dói”, pede ministra da Justiça
Diretor-nacional da PJ anunciou que apanhou em 2018 perto de 25 milhões de euros através da recuperação de ativos.
A ministra da Justiça disse esta quinta-feira que é "preciso bater onde mais dói" aos criminosos que usam o branqueamento de capitais para esconder proveitos do crime, ou financiar terrorismo.
Ou seja, caçar-lhes bens e dinheiro para impedir que venham a usufruir do que conseguiram de forma ilegal. É que, avisa, para alguns "às vezes, compensa ser preso três ou quatro anos, ou ficar em casa com pulseira eletrónica, para depois gozar reforma dourada com o dinheiro".
Luís Neves, diretor-nacional da PJ, anunciou que apanhou em 2018 perto de 25 milhões de euros através da recuperação de ativos - "400 imóveis, 200 viaturas e centenas de contas bancárias e de participações sociais", adiantando que o valor é 1/4 do orçamento anual da PJ.
Este ano a soma já vai em 10 milhões. A PJ dará "luta sem tréguas" ao fenómeno, tem meios técnicos e "reforça os humanos".
Francisca Van Dunem e Luís Neves falaram na apresentação do estudo da PJ e da consultora EY que conclui que 1/3 das organizações não têm gestão eficiente e eficaz de risco de branqueamento de capitais e financiamento ao terrorismo.
O estudo revela que as comunicações de operação suspeita são feitas na maioria (86,25%) por instituições financeiras e de pagamento.
Miguel Trindade Teixeira, diretor-executivo da EY, refere que "é possível perceber que existe ainda um caminho a percorrer".
Francisca Van Dunem destacou a necessidade de articular esforços entre polícias, inspeções administrativas e as autoridades de supervisão.
Tem sugestões ou notícias para partilhar com o CM?
Envie para geral@cmjornal.pt