Bombas com ácido levam pânico à rua

Cinco jovens foram anteontem identificados pela GNR por suspeita de terem feito explodir três garrafas com ácido muriático junto de duas bombas de combustível e um café de Celorico da Beira, provocando pânico nas pessoas – filmando toda a cena.

02 de outubro de 2007 às 00:00
Bombas com ácido levam pânico à rua Foto: José Paiva
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A ‘brincadeira’ começou no sábado à noite depois de terem lançado uma garrafa de plástico com ácido muriático e uma folha de alumínio. A mistura entre o ácido e a folha de alumínio produz uma reacção química explosiva que provoca um forte estrondo e muito fumo.

No dia seguinte, os suspeitos repetiram a experiência junto de outras bombas e num café em Celorico Gare, onde estava mais de uma dezena de pessoas que apanharam “um susto de morte”. Nessa altura, a GNR foi alertada e interceptou-os quando abasteciam a viatura num posto de combustível na vila. Os militares da GNR barraram-lhes a saída e encontraram na viatura uma garrafa com o mesmo líquido ‘explosivo’.

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Os jovens, com idades entre os 20 e 24 anos, residem na zona de Lisboa mas tinham ido passar o fim-de-semana a casa de uma amigo de Celorico da Beira. O caso passou para a alçada da Polícia Judiciária da Guarda.

José Figueiredo, proprietário do café onde aconteceu uma das explosões, disse ontem ao CM que os jovens lançaram a garrafa com o carro em andamento. “Eles não pararam. Atiraram a garrafa para a frente do meu café e depois fugiram”, refere o comerciante, salientando que as pessoas ficaram “muito assustadas”.

“O barulho foi mais forte do que quando rebenta o pneu de um camião”, adiantou José Figueiredo. Os casos não provocaram danos materiais, apenas uma viatura ficou com algumas pintas de ácido.

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Desconhecem-se as motivações que levaram os jovens a fazer explodir os engenhos, tudo apontando para uma “brincadeira fútil”. Segundo fonte policial, os indivíduos “divertiam-se” com as explosões “e até filmaram o pânico das pessoas”.

ÁCIDO MURIÁTICO

O ácido muriático é a forma menos pura do clorídrico de cor amarelada e de cheiro intenso. É de venda livre e utilizado para retirar manchas de calcário, resíduos de cimento e ferrugem em pisos cerâmicos e na remoção de sujidade em chão de ardósia. Serve para desentupir sanitas.

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IDENTIFICADOS

Em finais de Abril, a Polícia Judiciária de Coimbra identificou seis estudantes, com idades entre os 15 e 17 anos, que, a partir de sites da net fabricaram duas bombas que fizeram explodir na Figueira da Foz e Covilhã. Num dos casos o engenho provocou ferimentos numa jovem.

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