Bombeiros voluntários para combater incêndios condenados por atearem fogos
Condenados a seis e a três anos por atearem fogos em Alenquer.
André Vitorino e Fábio Delgado, de 21 e 24 anos, ofereceram-se ainda adolescentes para serem voluntários nos bombeiros de Alenquer, com a missão de ajudar o próximo e combater incêndios.
Só que os dois foram detidos pela Polícia Judiciária, no verão de 2018, precisamente por atearem fogos. Esta quinta-feira, na leitura do acórdão, a juíza do Tribunal de Loures não teve contemplações: André foi condenado a seis anos de prisão efetiva e Fábio a três anos e quatro meses de pena suspensa.
"Quando alguém ateia um fogo, eu tenho dificuldades em qualificar esse ato. É de uma leviandade e maldade o que vocês fizeram, tem requintes de malvadez." Foi desta maneira que a presidente do coletivo de juízes classificou a ação dos dois jovens, que chegaram a comprar gasolina para cometer os crimes, muitos deles à noite.
Em silêncio – tal como se mantiveram ao longo de todo o julgamento – André e Fábio escutaram as duras palavras da juíza: "Os fogos são das maiores tragédias que podem acontecer na vida de uma pessoa. É quase como a morte. Ficam sem nada e é como se nascessem outra vez".
A juíza lembrou que um dos jovens esteve no combate às chamas nos fatídicos incêndios de Pedrógão Grande, em 2017, onde 66 pessoas perderam a vida.
"Vocês são bombeiros, sabem da imprevisibilidade do fogo e das consequências. Há bombeiros que morrem, outros que ficam queimados. E vocês foram insensíveis." Fábio Delgado foi ainda condenado a pagar 2000 euros à corporação.
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