Burlados por advogada vão ficar sem o dinheiro
Uma é o padre de Guimarães, que acusa advogada de lhe ter ficado com 500 mil euros.
A maioria dos burlados pela advogada Ema Magalhães dos Santos, que esta terça-feira foi condenada pelo Tribunal de Braga a quatro anos de prisão, com pena suspensa, pode ficar sem o dinheiro, uma vez que não existem documentos que comprovem as transações de mais de 1,7 milhões de euros.
No âmbito do processo de insolvência, que decorre no Tribunal de Famalicão, a advogada impugnou a maior parte dos créditos, incluindo o maior de todos, que é reclamado por um padre idoso, de Guimarães, e que ascende a mais de meio milhão de euros.
A juiz titular do processo vai, esta tarde, ouvir os credores da advogada, que são mais de uma dezena, no sentido de perceber melhor como é que tanto dinheiro foi, ao que tudo parece de forma ilícita, parar às contas da causídica.
Para além disso, como não há documentos, o Tribunal terá de se socorrer de outros meios de prova, como testemunhas, que poderão não existir. E se assim for, os queixosos deverão mesmo ficar sem o dinheiro.
No caso de ontem, para além dos quatro anos de prisão, o Tribunal condenou Ema dos Santos a ressarcir a vítima, um empresário da restauração, em 180 mil euros, sendo que a jurista terá de pagar 30 mil e a seguradora 150 mil.
No final da leitura da decisão, o advogado do empresário burlado, Rui Senra Cruz, confessou que esperava uma pena mais pesada. "Atendendo às circunstâncias, pareceu-me que ficou aquém", disse.
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