Buscas a mulher de Vítor Espadinha
Numa das casas de alterne varridas pelos agentes da Esquadra de Investigação Criminal da PSP anteontem de madrugada, na zona de Cascais, onde foram detidos quatro polícias por corrupção, tráfico de droga e extorsão, estava a mulher do cantor e actor Vítor Espadinha, sócia-gerente do Bar da Tina, no Estoril. Escritório e bar foram passados a pente fino e a mulher foi levada para a esquadra para ser ouvida pelo Serviços de Estrangeiros e Fronteiras (SEF).
Contactado pelo CM, Vítor Espadinha confirmou as buscas da PSP no bar explorado pela mulher. "A Maria é sócia do Bar da Tina, assim como de vários estabelecimentos da noite e realmente foi confrontada com as buscas mas até hoje não sabe o que se passa. Aliás, vai sabendo pelas notícias", disse, acrescentando que também ele esteve no bar. "Quando soube do que se passava fui ter ao bar para a apoiar e ir buscá-la", acrescentou ao CM.
Ontem à noite, o chefe Teixeira, os agentes Magui e Costinha e o subcomissário Canilho, comandante da esquadra do Estoril, continuavam a ser ouvidos no Tribunal de Instrução Criminal, em Lisboa. O Ministério Público pediu prisão preventiva para todos.
Durante anos, segundo o MP, os polícias agora detidos desenvolveram esquemas de corrupção, tráfico de droga, segurança ilegal e extorsão. Sabe-se agora que, por exemplo, Magui e Costinha terão tirado algumas quantidades de droga das apreensões policiais para as atribuir posteriormente a outros traficantes, que as vendiam. No final, os polícias retiravam parte do lucro. Por seu lado, o subcomissário Canilho, numa das vezes, exigiu um borrego em troca do levantamento de material do seu próprio proprietário, depois de lho ser apreendido.
Investigados há um ano pela Unidade Especial de Combate ao Crime Violento do DIAP de Lisboa, os polícias foram ouvidos pelo juiz Carlos Alexandre, que estava ontem de turno no TIC.
RUI PEREIRA MANIFESTA TOTAL CONFIANÇA NA POLÍCIA
O ministro da Administração Interna, Rui Pereira, manifestou ter "confiança absoluta nos mais de 20 mil homens e mulheres" da PSP, garantindo que a detenção dos quatro agentes por tráfico de droga e segurança privada, entre outros crimes, não descredibiliza a instituição.
"Quando há um elemento dentro da própria força de segurança que se dedica a actividades ilícitas, é a própria PSP que não deixa nada por mãos alheias e se responsabiliza pela investigação e a conduz", disse ontem ao
Rui Pereira, durante a inauguração da esquadra da PSP da Póvoa de Santa Iria, em Vila Franca de Xira.
O ministro acrescentou ainda que a PSP " é uma força empenhada em garantir a segurança, a liberdade e os direitos fundamentais dos portugueses".
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