Funcionário da TAP entre os detidos por suspeitas de fornecimento de peças sem requisitos a companhias aéreas

Documentação de certificação das peças terá sido forjada.

21 de maio de 2025 às 12:49
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Três pessoas foram esta quarta-feira detidas pela Polícia Judiciária (PJ) por suspeita de terem participado num esquema de fornecimento à TAP e outras companhias aéreas de peças para aviões que não cumpririam os requisitos exigidos.

O diretor Nacional da PJ, Luís Neves, confirmou ao CM que um dos detidos é um funcionário da TAP.

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"Em causa estão suspeitas de fornecimento de peças e componentes aeronáuticas a companhias de transporte aéreo e às respetivas unidades de manutenção, acompanhadas de documentação de certificação que se suspeita ter sido forjada. Estes componentes, classificados como 'Suspected Unapproved Parts', não cumprirão com os requisitos exigidos pelos fabricantes originais", adianta, em comunicado, a PJ.

Segundo fonte ligada à investigação, uma das companhias aéreas lesadas é a TAP.

Os detidos na operação "Voo Cego" estão indiciados dos crimes de burla qualificada, falsificação de documentos, administração danosa, atentado à segurança de transporte por ar, branqueamento, corrupção passiva, corrupção com prejuízo do comércio internacional e fraude fiscal qualificada.

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A operação deu cumprimento a 10 mandados de busca nas regiões de Lisboa, Margem Sul, Alentejo, Algarve e interior do País, entre os quais a TAP.

A investigação teve origem numa denúncia feita pela TAP, em 2023, na sequência da deteção, nas suas cadeias de abastecimento, de componentes não certificados, destinados a ser instalados em motores aeronáuticos, no decurso de ações de manutenção. 

No momento da denúncia, a operadora aérea comunicou a deteção dos componentes suspeitos às entidades nacionais e internacionais competentes em matéria de segurança da navegação aérea, contribuindo assim para a mitigação de quaisquer riscos e para uma rápida intervenção das autoridades de segurança aeroportuária a nível internacional.

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Os detidos vão ser presentes a primeiro interrogatório judicial para aplicação de medidas de coação.

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