Capacete azul morre na República Centro Africana
Paraquedistas portugueses estavam no terreno. Imagens chocantes revelam terror.
Um capacete azul do Ruanda morreu e pelo menos oito ficaram feridos, alguns deles com gravidade, em confrontos ao final do dia desta terça-feira no 3.º distrito de Bangui, capital da República Centro Africana. A força de 160 paraquedistas portugueses no terreno, também em missão das Nações Unidas, esteve envolvida mas não sofreu baixas. Foi a terceira vez em 10 dias que os militares do Exército português estiveram envolvidos em graves confrontos com grupos armados naquele bairro de maioria muçulmana.
Terão ocorrido vários mortos entre a população, apanhada no fogo cruzado – o grupo armado ‘Força’ já tinha usado mulheres e crianças como escudos humanos nos enfrentamentos com os portugueses - e centenas de pessoas fizeram na manhã desta quarta-feira uma manifestação em frente ao quartel-general da força da ONU, a MINUSCA. Populares carregaram em ombros e num camião de caixa aberta os corpos das vítimas e depositaram-nos em frente às instalações dos capacetes azuis, que não é o mesmo quartel onde está a força portuguesa.
Os 160 paraquedistas portugueses encontram-se na República Centro Africana como capacetes azuis e a força de reação rápida do general senegalês comandante da MINUSCA, é a terceira Força Nacional Destacada naquela missão e está no terreno desde o início de março.
Um soldado paraquedista sofreu no sábado ferimentos ligeiros ao ser atingido por um estilhaço de granada durante um cerco à sede do grupo armado Força, no bairro muçulmano, chamado PK5.
A República Centro Africana está em guerra civil desde 2013, com milhares de mortos. O País conta com pelo menos 13 grupos armados, que controlam vastas regiões.
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