‘Caralhotas’ de Almeirim certificadas em 2019
Produto ancestral com forte tradição na região do Ribatejo procura reconhecimento.
Farinha, fermento, sal, água e os segredos de quem as sabe amassar à mão e cozer em forno de lenha são os ingredientes das ‘caralhotas’, os pães pequenos que muita fama têm dado a Almeirim, e que estão atualmente em processo de certificação.
Este reconhecimento "vai ser muito bom para todos, para quem as faz e para quem as vende, como os restaurantes e as padarias", considera Emília Caldeira, padeira há mais de 40 anos e uma das mais conhecidas da cidade.
O nome sugestivo vem dos pequenos pedaços de massa que ficavam agarrados aos alguidares de barro onde o pão era amassado. Parecidas com borbotos de lã, as ‘caralhotas’ também iam ao forno, em tempos em que a pouca comida abundava.
A recolha histórica dos métodos de fabrico ancestrais já está concluída e o processo está quase pronto para seguir para a União Europeia, explicou ao CM Pedro Ribeiro, presidente da Câmara de Almeirim.
Com "algum otimismo", a certificação estará concluída no verão de 2019, calcula o autarca.
"O nosso objetivo é criar as condições para que este produto ancestral do concelho passe a ter um selo de qualidade", acrescenta Pedro Ribeiro, para quem a certificação será uma "mais-valia importante" para a restauração.
"Os turistas de hoje procuram este tipo de produtos genuínos, e estão dispostos a pagar mais por um produto que seria vendido mais barato se não estivesse certificado", considera o autarca.
Além da certificação das ‘caralhotas’, cujo processo está numa fase mais avançada, a câmara está também a certificar o típico melão de Almeirim e, claro está, a sopa da pedra.
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