Cinco apanhados no Algarve em navio suspeito de pertencer à frota fantasma da Rússia
Dizem ser navio escola mas são alvo de sanções. Estavam em bote junto à Baleeira. Seriam para rendição ilegal da tripulação. Estavam legais e foram libertados.
Cinco tripulantes de um navio escola russo, que está proibido de atracar em portos europeus devido às sanções contra a Federação Russa - e que por isso teve entrada negada no Douro, Aveiro, Cascais e Lisboa - foram apanhados quando estavam no bote a motor desse navio junto à costa na Baleeira, Sagres, Algarve, numa tentativa 'pirata' de alegadamente render tripulação contornando as sanções, apurou o CM. Esses homens, europeus e que não serão militares, foram apanhados pela Marinha e Polícia Marítima, que os tem seguido ao longo da costa portuguesa, e entregues à GNR, que apurou que se encontravam legais. Seguiram viagem. O navio é, em alguns países europeus, suspeito de pertencer à frota fantasma russa. Na noite desta quarta-feira ainda se mantinha ao largo do Algarve.
O comandante do 'S Shtandart', uma fragata histórica com 35 metros, chegou a alegar uma avaria para parar no Douro. Mas como não declarou qualquer situação de emergência - e o alegado problema técnico no mastro principal, que necessitava de 30 a 60 minutos para reparar, não se comprovou ser anomalia que coloque em causa a segurança da navegação - foi proibido de entrar.
Já na segunda-feira, o navio tentou chegar-se à marina de Cascais, ao que tudo indica para fazer a suposta rendição da tripulação. Também foi 'escorraçado'.
Na sua viagem para Sul, a embarcação atravessou a zona onde decorre um grande exercício da NATO, organizado pela Marinha portuguesa, o que levantou suspeitas de espionagem. No entanto, nas suas intervenções públicas, o comandante do navio diz-se contra a invasão da Ucrânia pela Rússia. No entanto, e por realizar manobras suspeitas - como as feitas em Portugal - e por vezes desligar o seu identificador/localizador, é suspeito de pertencer à frota fantasma russa.
Apesar de, desde o ano passado, o navio já não ter bandeira russa, mas sim das ilhas Cook, mantém-se na lista de embarcações sancionadas.
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