Concursos viciados por ‘vice’ de Mesquita
Vítor Sousa optou por comprar mais caro.
Os concursos públicos para a compra de autocarros dos Transportes Urbanos de Braga (TUB) foram sempre viciados enquanto Vítor Sousa – ‘vice’ de Mesquita Machado – foi presidente de administração dos TUB e Cândida Serapicos vogal da empresa.
A investigação ao caso de corrupção afirma que, entre 2000 e 2009, os pedidos de orçamento eram feitos à medida da MAN, que pagava as luvas aos socialistas Vítor Sousa e Cândida Serapicos e chegou mesmo a ser informada das propostas dos concorrentes para poder apresentar um preço mais vantajoso e ver adjudicado o concurso a seu favor.
Num caso em particular, foi o próprio Vítor Sousa que informou a AutoSueco de que tinha optado pela proposta da MAN, embora custasse mais 9500 euros, por três autocarros. Mas não enviou o relatório final do júri, não permitindo assim que a concessionária Volvo pudesse reclamar a decisão.
O CM sabe que, em tribunal, no primeiro interrogatório judicial, Vítor Sousa negou também esta acusação, além de ter afirmado sempre que está inocente. Mas as provas no processo são evidentes, até pela análise financeira às contas dos arguidos e das três empresas, sob alçada da MAN, que eram usadas para pagar as luvas em cheque ou em notas. As ‘comissões especiais’ - nome de código usado pela contabilidade da empresa de venda de autocarros - variavam entre 1250 euros para Cândida Serapicos e 7 mil euros a Vítor Sousa.
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