Cortes das Nações Unidas põem desafios à força militar portuguesa na República Centro-Africana

General chefe do Exército assume "responsabilidade acrescida" com a redução de efetivos. Entregou Estandarte Nacional à 18.º Força, em Tomar.

19 de novembro de 2025 às 17:38
Cerimónia de entrega de estandarte em Tomar para missão na República Centro-Africana
Força militar portuguesa enfrenta desafios na República Centro-Africana

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O chefe do Exército, general Eduardo Mendes Ferrão, alertou esta quarta-feira, em Tomar, que os cortes orçamentais recentemente anunciados pelas Nações Unidas para as missões dos capacetes azuis vão exigir mais da força portuguesa na República Centro-Africana (RCA). "A redução global de efetivos atribui à nossa QRF (força de reação imediata) uma responsabilidade acrescida, tornando-a ainda mais determinante no esforço operacional", afirmou na entrega do Estandarte Nacional à 18 Força Nacional Destacada na RCA, maioritariamente composta por militares do 1.º Batalhão de Infantaria Paraquedista, de Tomar

O general Eduardo Mendes Ferrão afirmou que o comandante militar da MINUSCA (a missão da ONU na RCA) "continuará a contar, neste novo contexto, com esta Força para assegurar a flexibilidade indispensável para agir, quando e onde necessário, com a rapidez e precisão que salvam vidas e consolidam a paz". "Será um papel mais exigente e decisivo: com menos efetivos no terreno, nasce um novo paradigma operacional, no qual a responsabilidade individual aumenta", afirmou.

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Portugal tem militares (do Exército, Força Aérea e Marinha) nesta missão desde 2017, que "têm construído uma imagem de credibilidade e competência, e agora não será diferente". 

O chefe do Exército destacou o "período longo e intenso" de "treino rigoroso e realista". "São as pessoas que fazem os exércitos. Por mais avançada que seja a tecnologia ou modernos que sejam os equipamentos, é o ser humano quem decide, age, arrisca e protege", afirmou, destacando que é tão importante o paraquedista que vai combater como o cozinheiro ou o mecânico das viaturas: "toso contam".

Eduardo Mendes Ferrão destacou a importância de que os militares se protejam, sendo "fundamental evitar rotinas e excessos de confiança". "No contexto que vão viver, a rotina pode ser enganadora", alertou o general que, na sua carreira, como recordou, passou um ano na RCA nas funções de segundo comandante militar da MINUSCA. "O Exército não vos esquece. O vosso esforço será sempre recompensado", assegurou.

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