Costa elogia papel dos colecionadores e investidores em arte contemporânea portuguesa
Primeiro-ministro defendeu que o Palacete de São Bento deve ser um espaço de representação do país.
O primeiro-ministro elogiou esta quinta-feira o papel dos colecionadores no apoio à criação artística em Portugal, especialmente na dinamização da arte contemporânea, e defendeu que o Palacete de São Bento deve ser um espaço de representação do país.
Estas foram duas das ideias transmitidas no breve discurso feito por António Costa nos jardins da residência oficial do primeiro-ministro, depois de ter inaugurado a terceira edição da iniciativa "Arte em São Bento" - este ano com uma exposição da coleção Norlinda e José Lima que se encontra patente em permanência no Centro de Arte Oliva, em São João da Madeira, distrito de Aveiro.
A sessão de inauguração da exposição, além da participação dos presidentes das câmaras de São João da Madeira (Jorge Sequeira) e de Lisboa (Fernando Medina), contou igualmente com a presença de vários ministros, casos de Pedro Nuno Santos (natural de São João da Madeira), João Pedro Matos Fernandes, Marta Temido e Tiago Brandão Rodrigues.
"Sinto-me importante. A minha coleção está na residência oficial do primeiro-ministro. Melhor divulgação da minha coleção não poderia ter existido", declarou José Lima, empresário do ramo do calçado, que investe em arte contemporânea portuguesa desde a década de 80.
O primeiro-ministro destacou depois este ponto, dizendo que "sem o amor e sem a dedicação" a uma coleção de arte "seguramente muitos artistas não teriam produzido os trabalhos que produziram".
"E hoje o país não disporia do acervo que esta coleção representa. Esta forma de homenagear os colecionadores é também uma forma importante de apoiar a arte e o trabalho dos nossos artistas", completou.
Perante cerca de uma centena de convidados, o primeiro-ministro referiu-se às duas anteriores edições da iniciativa "Arte em São Bento": Primeiro, em 2017, com a Coleção de Serralves (Porto); depois, em 2018, com a Coleção António Cachola/Museu de Arte Contemporânea de Elvas.
A residência oficial do primeiro-ministro, na de António Costa, deve também ser um espaço "de representação do país".
"Aquilo que se mostra nesta casa é também a imagem do país. Felizmente, a imagem do país já não é só representada pela arte clássica - arte que, tradicionalmente, decorava as paredes deste palacete. Hoje, felizmente, o país tem contemporaneidade, ganhou cosmopolitismo e uma energia que é expressa pela produção quotidiana dos artistas contemporâneos", sustentou o líder do executivo.
Para António Costa, a residência oficial do primeiro-ministro deve ser também um espaço "de representação da arte contemporânea que se vai produzido em Portugal".
"Mas não fazia sentido estarmos a concorrer com as obras que já se encontram acessíveis nos museus públicos, sejam nacionais ou municipais, ou em instituições privadas. O que faz sentido é trazer algo que não existe em Lisboa e algo que não está exposto e que se encontra nas reservas. Esta é uma forma de promover a atenção desde logo dos lisboetas para aquilo que acontece no resto do país", acrescentou.
No Palacete de São Bento, este ao final do ano, vão estar expostas 40 obras da coleção privada de Norlinda e José Lima - uma das maiores do país -, incluindo obras de artistas como Lourdes Castro, Paula Rego, João Louro, Daniel Malhão, Ângela Ferreira e Gabriela Albergaria.
Nas suas duas curtas intervenções, Isabel Carlos, a curadora desta exposição, afirmou que procurou colocar em diálogo a arte contemporânea com o caráter próprio de um espaço de um palácio oitocentista.
Isabel Castro acrescentou que as obras são de autores de gerações variadas, desde artistas que se consagraram ainda no século XX, até aos jovens da atualidade.
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